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O golpe do “falso advogado” — em que criminosos se passam por defensores, usam dados reais de processos e cobram “taxas” para liberações inexistentes — ganhou escala nacional. Segundo estimativa divulgada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), as perdas chegaram a R$ 2,8 bilhões entre 2021 e 2024. Embora não haja balanço oficial consolidado do governo sobre o total dos prejuízos, órgãos públicos intensificaram operações e reforçaram a segurança dos sistemas judiciais.

Como o golpe funciona

Quadrilhas obtêm informações de processos reais — como nomes das partes, números de ações e andamentos — para dar aparência de legitimidade às abordagens. As vítimas recebem ligações ou mensagens com fotos e nomes de advogados clonados, e são pressionadas a fazer pagamentos via PIX sob o pretexto de “custas”, “emolumentos” ou “taxas de liberação”. Em casos recentes, os criminosos também recorreram à clonagem de voz com IA e ao spoofing (simulação de números oficiais).

O que o poder público está fazendo

Operações policiais: o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), em articulação com polícias estaduais, tem deflagrado ações contra grupos especializados em golpes que exploram processos judiciais, com prisões, buscas e apreensões e bloqueio de ativos.

Segurança digital no Judiciário: por determinação e orientação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tribunais vêm exigindo autenticação multifator (MFA) para acesso a sistemas como o PJe, reduzindo o risco de invasões por login e senha. A implementação inclui aplicativos autenticadores e confirmações em aparelhos móveis cadastrados.

Alertas e educação do consumidor: órgãos de segurança e de defesa do consumidor reforçam orientações para registrar boletim de ocorrência, guardar evidências (prints, links, comprovantes) e confirmar identidades por canais oficiais antes de qualquer pagamento.

O que dizem as entidades

A estimativa de R$ 2,8 bilhões foi apresentada pela OAB como balanço setorial dos últimos três anos, e não substitui um levantamento governamental. Já o governo, em comunicados sobre operações específicas, divulga valores parciais relacionados a cada investigação.

Como se proteger

  • Desconfie de cobranças por mensagem: pagamentos de processos não são solicitados por WhatsApp; confirme diretamente com seu advogado pelos contatos oficiais.
  • Cheque a identidade: valide telefones e e-mails em sites institucionais. Não confie apenas em fotos, logotipos ou documentos enviados por apps de mensagem.
  • Nunca pague “taxas de liberação” antecipadas: custas e alvarás seguem o rito do processo, não transferências informais.
  • Registre ocorrência e guarde provas: BO, prints, áudios e comprovantes ajudam nas investigações.
  • Ative MFA sempre que disponível: para profissionais e partes, o duplo fator reduz a chance de uso indevido de credenciais.

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