Os Estados Unidos realizaram um novo ataque militar na madrugada desta sexta-feira (24) no mar do Caribe, matando seis supostos narcotraficantes a bordo de uma embarcação associada à gangue Tren de Aragua. A operação foi realizada em águas internacionais, próxima à costa da Venezuela, e marca o primeiro ataque noturno da campanha antidrogas do governo Donald Trump na América Latina.

Segundo o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, as forças americanas vão tratar os narcotraficantes que operam no hemisfério como tratam membros da Al-Qaeda. “Se você é um ‘narcoterrorista’ traficando drogas em nosso hemisfério, nós o trataremos como tratamos a Al-Qaeda. Dia ou noite, mapearemos suas redes, rastrearemos seu pessoal, o caçaremos e o mataremos”, afirmou em declaração oficial.

A embarcação atacada, de acordo com a inteligência norte-americana, fazia parte de uma rota conhecida do tráfico e estava transportando drogas. Nenhum militar dos EUA foi ferido na operação. O Pentágono, agora renomeado como Departamento de Guerra, lidera a ofensiva iniciada em setembro.

Com esse novo ataque, os EUA já contabilizam 10 ações militares desde o início da campanha, totalizando ao menos 36 mortes de suspeitos. As ofensivas ocorreram majoritariamente no Caribe, com duas operações também registradas no Pacífico, próximas à costa norte da Colômbia.

Apesar das alegações de combate ao tráfico, até o momento não foram apresentadas provas públicas concretas que vinculem diretamente os mortos às atividades criminosas. Críticos questionam a real motivação da operação e levantam suspeitas de interesses geopolíticos envolvendo a Venezuela, especialmente devido à proximidade das ações com as fronteiras do país.

Além disso, dados do Relatório Mundial sobre Drogas de 2025, divulgado pela ONU, indicam que a droga que mais causa overdoses nos EUA — o fentanil — vem majoritariamente do México, o que contrasta com o foco das operações militares americanas no sul do Caribe.

Pedido de Paz

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez um apelo por paz na região do Caribe após mais um ataque militar dos Estados Unidos, que resultou na morte de seis supostos narcoterroristas. Em discurso nesta quinta-feira (23), o líder venezuelano afirmou: “Yes peace, yes peace, forever, peace forever. No crazy war!”, clamando para que não haja uma “guerra maluca” nas proximidades do país.