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O influenciador digital João Paulo Manoel, conhecido como “Capitão Hunter”, foi preso na manhã de quarta-feira (22) em Santo André (SP), durante uma operação conjunta das Polícias Civis do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Ele é investigado por estupro de vulnerável, exploração sexual de menores e produção de pornografia infantil.

Segundo a investigação, o youtuber oferecia brindes e produtos do universo Pokémon em troca de fotos íntimas de crianças. Até o momento, foram identificadas duas vítimas: uma menina de 13 anos e um menino de 11.

Quem é o Capitão Hunter

João Paulo se tornou conhecido entre os fãs de Pokémon por seu canal no YouTube, criado em 2016.
No início, o conteúdo era simples e voltado ao entretenimento — vídeos sobre cartas colecionáveis, jogos, pelúcias e curiosidades.
Com uma linguagem leve e um estilo divertido, ele conquistou principalmente o público infantil e pré-adolescente, que passou a acompanhá-lo com entusiasmo.

Com o tempo, o canal ultrapassou centenas de milhares de inscritos e o influenciador acumulou mais de um milhão de seguidores nas redes sociais.
O crescimento transformou a marca “Capitão Hunter” em uma referência entre os fãs de Pokémon e abriu espaço para participações em eventos, parcerias e vendas online.

A indústria Pokémon: um império global

A franquia Pokémon é uma das maiores do mundo no setor de entretenimento.
Desde sua criação em 1996, já movimentou mais de US$ 100 bilhões, abrangendo jogos, séries, filmes, brinquedos, roupas, aplicativos e cartas colecionáveis.
O universo da marca alcança centenas de milhões de fãs em todo o planeta — muitos deles, crianças e adolescentes.
Esse apelo infantil transformou Pokémon em uma das maiores potências culturais e comerciais da atualidade.

O contato com o público infantil

Com o sucesso crescente, Capitão Hunter passou a participar de eventos de fãs e convenções em todo o país, especialmente em shoppings e encontros temáticos.
Nesses eventos, tirava fotos, gravava vídeos e distribuía brindes.
De acordo com as autoridades, foi em um desses encontros — realizado no Rio de Janeiro, em 2023 — que ele conheceu uma das vítimas, uma adolescente de 13 anos.

Após o evento, o influenciador manteve contato com a menina pelas redes sociais e passou a oferecer presentes e produtos em troca de fotos e vídeos íntimos.
Conversas semelhantes também foram identificadas entre o youtuber e um menino de 11 anos.

A operação e a prisão

A prisão aconteceu após o avanço das investigações conduzidas pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV).
Durante a ação, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão e recolheram celulares, HDs e computadores do influenciador, além de uma grande coleção de produtos voltados ao público infantil.

A perícia encontrou conversas e arquivos que reforçam as denúncias feitas pelas famílias.
Segundo os investigadores, o influenciador chegou a orientar as vítimas a apagarem mensagens para tentar dificultar a coleta de provas.
Até o momento, a defesa de João Paulo Manoel não se manifestou sobre o caso.

As vítimas e o impacto do caso

As famílias das duas vítimas relataram que perceberam mudanças de comportamento nas crianças antes de descobrirem as conversas.
O caso chocou a comunidade de fãs da franquia Pokémon e acendeu o alerta sobre a segurança digital infantil — especialmente no contato entre influenciadores e menores de idade.

A polícia acredita que outras vítimas possam ser identificadas à medida que a perícia avance sobre os materiais apreendidos.

Como proteger seus filhos nas redes

A investigação reacende um alerta importante para pais e responsáveis: o perigo do aliciamento digital e a necessidade de supervisão ativa.
Veja cinco atitudes que podem fazer a diferença:

1️⃣ Converse com seu filho sobre o que ele assiste e com quem fala online.
2️⃣ Acompanhe seguidores, mensagens e comentários em redes sociais com atenção.
3️⃣ Ative controles parentais em plataformas como YouTube, Instagram e TikTok.
4️⃣ Explique o que é aliciamento digital, usando exemplos simples e diretos.
5️⃣ Denuncie perfis ou mensagens suspeitas à Polícia Civil ou à SaferNet Brasil.

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