A sétima morte por intoxicação por metanol no estado de São Paulo foi confirmada nesta quarta-feira (22) pela Secretaria da Saúde. A vítima é Cleiton da Silva Conrado, de 25 anos, morador de Osasco, na Região Metropolitana. Ele foi encontrado morto em casa, após participar de um churrasco em que bebidas alcoólicas foram consumidas. O exame do Instituto Médico Legal constatou 16 dg/L de metanol no sangue dele, além da presença de cocaína.

A companheira de Cleiton, Jhenifer Carolina dos Santos Gomes, também passou mal após o encontro, foi levada ao hospital e morreu em seguida. A morte dela ainda não consta oficialmente como investigada por intoxicação. Horas antes, o casal estava na casa de Daniel, outra vítima do mesmo caso, que também morreu após apresentar sintomas de envenenamento.

De acordo com o boletim de ocorrência, Cleiton foi encontrado já sem vida pelo Samu, com suspeita inicial de overdose, mas sem sinais de violência. A perícia recolheu todas as garrafas de bebidas do local para análise.

A viúva de Daniel, Josiellen dos Santos de Jesus, de 27 anos, relatou que o encontro foi um churrasco familiar para conhecer o companheiro da prima. Segundo ela, Cleiton e Daniel foram diversas vezes a uma adega próxima para comprar bebidas, incluindo uísque, energético e possivelmente gin. “Minha sorte é que eu não bebo. Senão, estaria ele em um caixão e eu do lado em outro”, desabafou.

Os dois eram pais de uma bebê de quase um ano.

Balanço das mortes por metanol em SP

Com o caso de Cleiton, São Paulo soma sete mortes confirmadas:

• Dois homens em Osasco (23 e 25 anos)
• Três homens de 54, 46 e 45 anos na capital
• Uma mulher de 30 anos em São Bernardo do Campo
• Um homem de 37 anos em Jundiaí

* Uma oitava morte, em Piracicaba, ainda está sob investigação.

As autoridades apuram se o metanol — substância altamente tóxica — foi adicionado ilegalmente a bebidas vendidas em estabelecimentos para aumentar o volume e reduzir custos, o que configura crime contra a saúde pública.

Risco à população

O metanol não é próprio para consumo humano. Mesmo em pequenas quantidades, pode causar cegueira, falência respiratória e morte. As autoridades reforçam a orientação para que a população evite bebidas de procedência desconhecida e denuncie suspeitas.