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A indústria automotiva brasileira pode enfrentar uma nova paralisação por falta de semicondutores, segundo alerta da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). A entidade afirma que o risco de desabastecimento é crítico e pode afetar fábricas em questão de semanas, caso nenhuma medida seja tomada.
Em nota, a associação disse estar “atenta e preocupada” com o agravamento da escassez, que remete à crise enfrentada durante a pandemia, quando a produção de veículos foi interrompida pela mesma razão.
A nova crise global tem como gatilho uma disputa geopolítica envolvendo a fabricante de chips Nexperia, com sede na Holanda e controlada por um grupo chinês. Neste mês, o governo holandês assumiu o controle da empresa. Em resposta, a China impôs restrições à exportação de componentes eletrônicos, afetando o fornecimento mundial — inclusive a produção de automóveis na Europa e no Brasil.
Segundo a Anfavea, um carro moderno utiliza entre 1 mil e 3 mil chips. Esses semicondutores são responsáveis pelo funcionamento de sistemas essenciais como freios ABS, airbags, sensores, injeção eletrônica e controle de motor. Sem esses componentes, as linhas de montagem não conseguem operar.
“O momento é extremamente desafiador, com altos juros e queda na demanda. Com 1,3 milhão de empregos em jogo em toda a cadeia automotiva, é fundamental que se busque uma solução urgente para evitar o colapso da indústria”, alertou o presidente da Anfavea, Igor Calvet.
A entidade afirma já ter acionado o governo federal, cobrando ações rápidas e decisivas para evitar o desabastecimento no setor. As montadoras defendem uma mobilização institucional para mitigar os impactos da crise, que atinge não apenas o Brasil, mas também outros mercados estratégicos.
