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Manifestação em Vila Tupi cobra respostas após despejo e demolições em Bertioga
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Moradores do bairro Vila Tupi, em Bertioga, foram para a rua nesta quarta-feira (22) em protesto contra a operação de reintegração de posse que resultou na remoção de ao menos sete famílias no início da semana. A manifestação, que bloqueou parcialmente uma via do bairro, contou com gritos de protesto, cartazes e cobranças diretas ao prefeito e aos vereadores da cidade.

Os manifestantes acusam as autoridades de omissão e alegam que a ação de despejo foi executada de forma desumana, com demolições realizadas sem autorização formal e denúncias de agressão contra moradores. Um dos alvos da revolta foi a ausência de representantes políticos durante o momento mais crítico da operação. “Na hora do voto, eles aparecem. Agora, quando o povo precisa, somem”, desabafou um morador.

A reintegração de posse aconteceu na segunda-feira (20) e surpreendeu a comunidade com a presença de viaturas da Polícia Militar, caminhões de mudança e oficiais de Justiça. De acordo com os moradores, parte das famílias possuía documentos ou decisões judiciais que reconheciam a posse dos imóveis. Ainda assim, as residências foram alvo de remoção e, em alguns casos, de destruição.

Durante a manifestação, também foram levantadas denúncias sobre um morador que teria sido agredido por funcionários da equipe responsável pelas demolições enquanto filmava a ação.

O ex-vereador Ney Lira esteve presente tanto na operação quanto na manifestação, e voltou a criticar a legalidade das demolições. Segundo ele, não há alvará ou projeto aprovado para a destruição das casas. “Retirar as famílias é uma decisão judicial. Demolir, sem seguir o trâmite legal, é outra coisa. É ilegal”, afirmou.

O prefeito Marcelo Vilares esteve na área durante a reintegração e prometeu buscar apoio do Governo do Estado para oferecer aluguel social às famílias atingidas. Uma reunião com os representantes legais da área foi marcada para o mesmo dia da operação, mas até o momento os moradores dizem não ter recebido respostas concretas.

Com cartazes que diziam “Justiça para Vila Tupi” e gritos de “Cadê o prefeito?”, os manifestantes exigiram a suspensão imediata das demolições, apoio habitacional emergencial e transparência nas decisões que envolvem o território em disputa judicial desde a década de 1960.

A Prefeitura de Bertioga declarou que segue negociando uma solução para evitar novos despejos e minimizar o impacto social na região. O Poder Judiciário e os representantes dos supostos proprietários da área ainda não se pronunciaram publicamente.

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