Na manhã desta terça-feira (21), a Polícia Civil deflagrou a Operação Octanagem, que resultou no lacramento de bombas de combustíveis em seis postos de combustíveis em cidades da Baixada Santista e Araraquara, no interior paulista. A operação visa combater a infiltração da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis.

Durante a ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em estabelecimentos ligados ao empresário Mohamad Hussein Mourad, principal investigado na Operação Carbono Oculto, que desmantelou um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo o tráfico de combustíveis no país. A operação é realizada com o apoio da Agência Nacional do Petróleo (ANP), do Instituto de Pesos e Medidas (IPEM) e da Secretaria da Fazenda.

Postos e Irregularidades

Os seis postos alvos da operação estão localizados em Praia Grande, Santos e Araraquara. Na Baixada Santista, foram encontrados casos de adulteração de combustíveis e fraude volumétrica, onde as bombas indicavam menos combustível do que realmente era liberado. No Auto Posto Quasar, localizado em Praia Grande, por exemplo, foi encontrada gasolina adulterada com 90% de etanol. Já no Auto Posto Novo Milênio, em Santos, foi identificada fraude volumétrica em uma das bombas.

Outro ponto de atenção foi o fato de que muitos funcionários dos postos não souberam informar quem eram seus empregadores. Isso levantou suspeitas de que os postos estivessem sendo operados de forma irregular, sem a devida transparência.

Conexões com o PCC

A investigação aponta que os postos estão ligados a empresários como Pedro Furtado Gouveia e Luiz Ernesto Franco Monegatto, ambos investigados por vínculos com a facção criminosa. Gouveia, em particular, é o maior proprietário de postos de combustíveis entre os alvos da Operação Carbono Oculto, com participação em mais de 50 estabelecimentos. A polícia também investiga a ligação dos postos com Himad, primo de Mohamad Hussein Mourad, que pode estar envolvido em até 100 postos de combustíveis.

Ações de Fiscalização

Além das fraudes volumétricas e adulterações encontradas, a operação revelou outras irregularidades administrativas, como o uso ilegal de marcas de distribuidoras, como a RodOil, em alguns postos investigados. A empresa, em nota, afirmou que iniciou o processo de distrato com os postos envolvidos antes mesmo da deflagração da Operação Carbono Oculto, e que apoia as investigações.

Continuação das Investigações

As autoridades continuam a investigar a profundidade da rede criminosa e a possível atuação do PCC no setor de combustíveis. A Operação Octanagem reflete o esforço das autoridades para combater práticas ilegais que afetam o consumidor e o mercado.

Postos Alvos da Operação Octanagem:

1. Auto Posto Super Senna LTDA – Santos, SP

2. Auto Posto Novo Milênio – Santos, SP

3. Auto Posto Panamera LTDA – Praia Grande, SP

4. Auto Posto Platinum – Praia Grande, SP

5. Auto Posto Quasar LTDA – Praia Grande, SP

6. Auto Posto Ímola de Araraquara LTDA – Araraquara, SP