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Justiça solta viúva de comerciante morto em Praia Grande; irmã e cunhado vão a júri popular
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A Justiça de Praia Grande, no litoral de São Paulo, revogou a prisão preventiva de Rafaela Costa da Silva, viúva do comerciante Igor Peretto, assassinado a facadas em agosto de 2024. A decisão foi assinada pelo juiz Felipe Esmanhoto Mateo, que entendeu não haver provas suficientes de participação direta da acusada no crime. Em contrapartida, o magistrado determinou que Marcelly Peretto, irmã da vítima, e Mário Vitorino, cunhado, sejam submetidos a júri popular por homicídio triplamente qualificado.

De acordo com a decisão judicial, Rafaela não estava no apartamento onde o assassinato ocorreu e as investigações não apontaram elementos que comprovassem que ela tenha atraído o marido para o local. O juiz destacou que houve discussões no interior do imóvel entre os presentes — Marcelly e Mário — o que enfraquece a tese de premeditação.

A Justiça também concluiu que não há indícios de que os acusados formassem um relacionamento conjunto, mas sim um triângulo amoroso. A hipótese de motivação econômica foi analisada, mas não ficou comprovada. Mesmo com a absolvição do crime de homicídio, a conduta de Rafaela após o assassinato segue sob apuração, já que ela teria ajudado os demais suspeitos a deixar a cidade e se esconder, podendo responder por favorecimento pessoal.

No celular da viúva, foram encontradas pesquisas feitas após o crime, entre elas buscas sobre o tempo de decomposição de um corpo. Rafaela negou ter feito essas consultas e alegou que, à época, ainda não sabia que o marido havia sido morto.

Na mesma decisão, o juiz determinou que Marcelly Peretto e Mário Vitorino permaneçam presos até o julgamento. O casal será julgado por homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. As qualificadoras foram mantidas, uma vez que Igor foi atacado com múltiplos golpes de faca dentro do apartamento da irmã, onde estava desarmado.

O crime aconteceu no dia 31 de agosto de 2024. Imagens de câmeras de segurança mostraram que Rafaela e Marcelly chegaram juntas ao prédio, mas a viúva deixou o local poucos minutos antes da chegada de Igor, que entrou no imóvel acompanhado de Mário. Cerca de vinte minutos depois, os dois principais suspeitos deixaram o prédio juntos e seguiram para outro endereço, onde teriam escondido objetos pessoais.

As prisões do trio ocorreram em setembro do mesmo ano, após a conclusão das investigações. Rafaela e Marcelly se apresentaram à polícia, enquanto Mário foi localizado posteriormente na casa de um parente em Torrinha, no interior paulista. A Justiça converteu as prisões temporárias em preventivas após denúncia formal do Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

A defesa de Rafaela afirmou que a decisão representa o reconhecimento da ausência de provas consistentes contra a acusada e reforçou que ela não participou do homicídio. Já os advogados de Marcelly e Mário afirmaram que recorrerão da decisão de pronúncia, sustentando que não há indícios que justifiquem o julgamento pelo tribunal do júri.

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A família de Igor Peretto declarou que pretende recorrer da decisão que beneficiou a viúva, buscando que todos os envolvidos respondam integralmente pelo crime.

O caso segue sob acompanhamento do Ministério Público e do Judiciário.

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