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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, compareceu nesta quarta-feira (15) ao tribunal de Tel Aviv para mais uma audiência do processo de corrupção que enfrenta desde 2020. A ida ao tribunal ocorre dois dias após um acordo histórico com o Hamas, que resultou na libertação dos 20 últimos reféns israelenses vivos em Gaza, em troca de quase 2.000 prisioneiros palestinos.
Netanyahu chegou ao local sorridente, vestido com terno preto e gravata vermelha, acompanhado de ministros do governo. Na entrada, foi recebido por vaias de manifestantes contrários à sua permanência no poder.
O premiê responde a três processos distintos por corrupção, fraude e abuso de confiança. Entre as acusações estão o recebimento de presentes de luxo avaliados em mais de US$ 260 mil (cerca de R$ 1,4 milhão) de empresários bilionários, além de tentativas de interferência na cobertura de veículos de imprensa em troca de benefícios políticos.
O julgamento segue mesmo em meio à guerra em Gaza, que começou em outubro de 2023 com um ataque do Hamas. Apesar do conflito, o Judiciário israelense mantém o cronograma processual. A audiência ocorre também em um momento delicado da política interna, após as polêmicas propostas de reforma judicial apresentadas por Netanyahu no início de seu mandato atual.
Na segunda-feira, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu ao Parlamento israelense que perdoe Netanyahu. Trump também apoiou o cessar-fogo assinado entre Israel e Hamas, que resultou na troca dos prisioneiros. O presidente israelense, Isaac Herzog, ainda não se manifestou sobre o pedido de indulto.
Netanyahu, que nega todas as acusações, alega ser vítima de perseguição política com o objetivo de afastá-lo do poder.