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Deputados de Madagascar aprovaram nesta terça-feira (14) o impeachment do presidente Andry Rajoelina, ignorando um decreto...
Créditos: Jekesai Njikizana/AFP
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Deputados de Madagascar aprovaram nesta terça-feira (14) o impeachment do presidente Andry Rajoelina, ignorando um decreto presidencial que dissolvia o Parlamento. A decisão ocorre um dia após o chefe de Estado deixar o país diante da insurreição de militares rebeldes e da intensificação dos protestos liderados por jovens — movimento que ficou conhecido como a “primavera da Geração Z”.

Mesmo fora do país, Rajoelina divulgou um discurso em local não identificado afirmando que não renunciaria ao cargo. Em paralelo, seu governo emitiu o decreto que dissolveu a Assembleia Nacional, alegando necessidade de restaurar a ordem. Ele prometeu convocar novas eleições em dezembro, declarando: “O povo precisa ser ouvido novamente. É hora da juventude.”

No entanto, o Parlamento rejeitou a ordem presidencial. “Este decreto não é juridicamente válido… o presidente da Assembleia Nacional afirma que não foi consultado”, declarou o vice-presidente da Casa, Siteny Randrianasoloniaiko, um dos líderes da oposição.

A Assembleia Nacional anunciou que deve nomear um novo governo em breve, consolidando ainda mais a ruptura institucional no país africano. A Polícia Nacional também rompeu com o presidente, aderindo às manifestações populares que exigem sua saída.

O cenário político de Madagascar é incerto, com duas frentes de poder reivindicando legitimidade: o Executivo que resiste no exílio e o Parlamento que avança com o processo de transição. O desfecho pode acontecer ainda nesta terça-feira.

Fuga do Presidente

Autoridades de Madagascar confirmaram nesta segunda-feira (13) que o presidente Andry Rajoelina deixou o país após unidades das Forças Armadas se rebelarem e se unirem aos protestos liderados pela Geração Z, movimento que tomou as ruas da capital Antananarivo desde 25 de setembro. A saída de Rajoelina teria ocorrido neste domingo (12) em um avião militar francês, segundo fontes ouvidas pela agência Reuters.

De acordo com o opositor Siteny Randrianasoloniaiko, o gabinete da presidência confirmou a fuga, embora o paradeiro do chefe de Estado siga desconhecido. A rádio francesa RFI informou que Rajoelina teria firmado um acordo com o presidente Emmanuel Macron.

Após a saída do presidente, o comando do país passou provisoriamente para o Senado. Jean André Ndremanjary foi indicado para assumir o posto interino, depois da destituição do antigo presidente da Casa, também alvo da indignação popular.

Destaques ISN

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