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A China anunciou nesta terça-feira (14) sanções contra cinco subsidiárias da construtora naval sul-coreana Hanwha Ocean com ligações aos Estados Unidos, aprofundando o conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo. A medida foi tomada no mesmo dia em que Pequim e Washington começaram a aplicar novas taxas portuárias uma contra a outra.
De acordo com o Ministério do Comércio chinês, organizações e indivíduos no país estão proibidos de realizar transações, colaborações ou qualquer atividade relacionada às unidades da Hanwha Ocean afetadas. A justificativa é que essas subsidiárias “apoiaram investigações do governo dos EUA, comprometendo a soberania e os interesses de desenvolvimento da China”, sem fornecer detalhes adicionais.
A decisão causou impacto imediato no mercado: as ações da Hanwha Ocean caíram 5,8%, enquanto a rival HD Hyundai Heavy recuou 4,1%.
A Hanwha opera um estaleiro na província chinesa de Shandong, especializado na produção de módulos para navios, que depois são enviados para montagem final na Coreia do Sul. A empresa ainda não comentou oficialmente as sanções.
O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Sul declarou que está avaliando os efeitos da decisão chinesa e pretende dialogar com Pequim, autoridades locais e o setor industrial para mitigar os danos.
O atrito entre China e EUA no setor naval ganhou força após o governo do presidente Donald Trump anunciar a imposição de tarifas sobre embarcações chinesas. Em resposta, a China também passou a cobrar taxas sobre navios ligados aos EUA, embora tenha isentado aqueles que foram fabricados no próprio país.
Em agosto, a Hanwha Ocean investiu US$ 5 bilhões no estaleiro Philly Shipyard, nos EUA, adquirido em 2024 por US$ 100 milhões. O aporte está alinhado com o plano sul-coreano de investir até US$ 150 bilhões para fortalecer a indústria naval americana, atendendo a um apelo de Washington por mais apoio de aliados estratégicos, como Coreia do Sul e Japão.
A China acusa os EUA de violar normas internacionais com suas ações unilaterais no setor marítimo.
Tarifas sobre importação
Em publicação na rede Truth Social, Trump afirmou que avalia um “aumento massivo” das tarifas sobre produtos chineses e outras ações retaliatórias. “Ninguém jamais viu algo assim; isso ‘congestionaria’ os mercados”, disse o republicano, que também ameaçou usar o “poder monopolista” dos EUA em setores estratégicos. “Nunca houve motivo para isso — até agora.”