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Autoridades de Madagascar confirmaram nesta segunda-feira (13) que o presidente Andry Rajoelina deixou o país após unidades das Forças Armadas se rebelarem e se unirem aos protestos liderados pela Geração Z, movimento que tomou as ruas da capital Antananarivo desde 25 de setembro. A saída de Rajoelina teria ocorrido neste domingo (12) em um avião militar francês, segundo fontes ouvidas pela agência Reuters.
De acordo com o opositor Siteny Randrianasoloniaiko, o gabinete da presidência confirmou a fuga, embora o paradeiro do chefe de Estado siga desconhecido. A rádio francesa RFI informou que Rajoelina teria firmado um acordo com o presidente Emmanuel Macron.
Após a saída do presidente, o comando do país passou provisoriamente para o Senado. Jean André Ndremanjary foi indicado para assumir o posto interino, depois da destituição do antigo presidente da Casa, também alvo da indignação popular.
O Exército anunciou a tomada do controle das Forças Armadas por meio de um vídeo, no qual afirmou que todas as ordens passarão a ser emitidas a partir do quartel-general do CAPSAT. A mudança ocorre após semanas de protestos massivos, marcados por confrontos que deixaram pelo menos 22 mortos, segundo a ONU.
Os protestos da Geração Z começaram com reivindicações contra cortes de água e energia, mas rapidamente evoluíram para denúncias de corrupção, críticas à classe política e à falta de oportunidades no país. Rajoelina, que assumiu o poder pela primeira vez em 2009 após outro levante popular, havia sido reeleito em pleitos recentes marcados por suspeitas e boicotes.
A crise em Madagascar ecoa movimentos similares em países como Nepal e Peru, onde protestos também resultaram na queda de líderes. Nas ruas de Antananarivo, milhares comemoraram a saída de Rajoelina, entoando gritos por renúncia definitiva e eleições livres.