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O anúncio de aposentadoria foi feito por Barroso no final da sessão plenária do STF desta quinta-feira, quando o ministro, visivelmente emocionado, se despediu do cargo. “Sinto que agora é hora de seguir outros rumos, que nem sei se estão definidos. Não tenho qualquer apego ao poder”, afirmou, interrompendo-se várias vezes para beber água. Barroso, que presidiu o Supremo nos últimos dois anos, afirmou que não deseja mais as “obrigações e exigências públicas” do cargo e quer se dedicar à literatura e à poesia.
Barroso tem 67 anos e, de acordo com a legislação, poderia seguir no Supremo até 2033, quando completaria 75 anos. A decisão de se afastar antes do limite de idade surpreendeu muitos. O ministro indicou que uma de suas próximas atividades será lançar um livro de memórias e continuar seus estudos.
“Eu quero viver um pouco mais a vida que me resta”, completou Barroso. Ele deixou claro que, apesar da aposentadoria, continuará envolvido com questões sociais e intelectuais fora do Tribunal.
Trajetória no STF
Luís Roberto Barroso chegou ao STF em 2013, indicado pela então presidente Dilma Rousseff. Durante sua trajetória, foi relator de processos de grande repercussão, como os do mensalão, a ação que restringiu o foro privilegiado de autoridades e a suspensão de despejos devido à pandemia de Covid-19. Também presidiu o STF no período pós 8 de janeiro de 2023, quando os atos antidemocráticos de invasão dos três Poderes exigiram a responsabilização de réus.
Barroso teve destaque, ainda, ao impulsionar o uso de inteligência artificial no Judiciário, lançar programas de bolsas de estudo para candidatos negros à magistratura e estabelecer pactos para uma linguagem mais acessível nos processos da Corte.