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O programa ISFM News desta segunda-feira (6) discutiu o aumento no número de notificações de intoxicação por metanol após ingestão de bebida alcoólica no Brasil. Ao menos 16 casos já foram confirmados, e centenas de suspeitas seguem sob investigação.
Lara Mattos afirmou estar assustada com a escalada do problema e ressaltou que muitas pessoas ainda acreditam que não serão afetadas. Segundo ela, autoridades de saúde já pedem à população que evite bebidas destiladas e verifique lacres e rótulos antes do consumo.
Ela destacou que mesmo estabelecimentos de alto padrão, como bares em regiões nobres de São Paulo, registraram casos de intoxicação, mostrando que o problema não está ligado à classe social. Para Lara, o risco é generalizado e o cuidado deve ser redobrado em qualquer ambiente.
A especialista explicou que a adulteração com metanol ocorre por interesse econômico, já que a substância aumenta o volume da bebida e, consequentemente, o lucro ilegal. Ela lembrou que essa prática é criminosa e pode ser enquadrada como crime hediondo pela legislação brasileira.
Lara observou que ainda não se sabe se o metanol é adicionado na produção ou no envase, mas que há indícios de adulteração durante a fabricação. A substância, altamente tóxica, causa dores abdominais e de cabeça e pode levar à cegueira ou à morte se o atendimento não for imediato.
Marcelo Marsaioli ponderou que o uso de metanol pode não ter sido motivado por lucro direto, já que o composto encareceria a bebida. Segundo ele, há suspeitas de que tenha sido usado para desinfetar garrafas reutilizadas, o que evidencia descuido e prática irregular no reenvase.
O advogado lembrou que a falsificação de bebidas é antiga no Brasil e que muitos consumidores, sem saber, compram produtos adulterados há décadas. Casos recentes, como o de um bar nos Jardins, mostram que nem mesmo locais tradicionais estão livres desse tipo de irregularidade.
Marcelo citou ainda que o Instituto de Química de Araraquara desenvolveu um teste rápido e barato para detectar metanol em bebidas, mas não houve interesse comercial em produzi-lo. Para ele, o Brasil só reage diante das tragédias, sem adotar medidas preventivas efetivas.
Apresentado por Paulo Schiff, o ISFM News vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na rádio ISFM 100,7. O programa também pode ser acompanhado ao vivo ou sob demanda no canal oficial da emissora no YouTube.