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Um homem de 24 anos foi condenado a 25 anos de prisão pelo Tribunal do Júri de Santos, no litoral de São Paulo, por tentativa de homicídio qualificado contra dois policiais militares durante a Operação Escudo, deflagrada em 2023. A decisão também incluiu condenação por receptação de veículo utilizado na ação criminosa, enquanto a defesa anunciou que irá recorrer.
O crime aconteceu no dia 1º de agosto de 2023, no bairro Campo Grande. Na ocasião, os policiais haviam acabado de estacionar a viatura em frente a uma padaria quando foram surpreendidos por criminosos armados com fuzis e pistolas. Durante o ataque, uma policial militar foi atingida nas costas. O parceiro dela reagiu, evitando que os agressores retornassem para executar a vítima.
O autor da tentativa de homicídio foi preso em outubro de 2023, durante uma operação do 2º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) no Morro do São Bento. Ele foi localizado em um veículo com uma pistola de uso restrito. No julgamento, realizado na quarta-feira (1º), foram ouvidas as vítimas, testemunhas e o acusado. A sessão durou pouco mais de cinco horas.
Na sentença, o juiz responsável destacou as qualificadoras de motivo torpe, uso de arma de fogo de uso restrito, e prática de crime contra agentes da lei. Também foram considerados agravantes o uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas. O réu foi absolvido das acusações de receptação de outro veículo e de adulteração de placas. A pena foi fixada em 25 anos de reclusão em regime inicialmente fechado, além do pagamento de multa.

As investigações também apontam outro acusado de participação no ataque, conhecido como “Assombrado”, que é apontado como um dos mandantes da ação e de outros crimes na região, incluindo o assassinato de um chefe de setor da Polícia Civil em 2022. No entanto, até o momento, não há decisão judicial que determine seu julgamento popular.
O ataque aconteceu durante os primeiros dias da Operação Escudo, lançada após a morte de um policial militar da Rota em Guarujá, em julho de 2023. A operação durou 40 dias e resultou, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, na prisão de 958 pessoas e na morte de 28 suspeitos em supostos confrontos com as forças de segurança. A ação foi alvo de críticas de entidades de direitos humanos devido à sua extensão e ao número de mortes registradas.