Wesley Neves Pereira, de 31 anos, permanece internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital do Campo Limpo, na zona Sul de São Paulo, há mais de um mês. O motoboy foi vítima de intoxicação após consumir uma bebida alcoólica supostamente adulterada com metanol. O caso ocorreu no final de agosto, quando ele e dois amigos compraram uma garrafa de whisky em uma adega no bairro Jardim São Luís, na capital paulista.

A bebida, segundo os relatos, apresentava rótulo de uma marca reconhecida no mercado e estava lacrada. Poucas horas após o consumo, Wesley começou a apresentar sintomas como fortes dores de cabeça, enjoo e vômitos, evoluindo rapidamente para um quadro de coma. Exames realizados no hospital identificaram altos níveis de acidez no sangue, característicos de intoxicação por metanol.

Durante a internação, o paciente sofreu diversas complicações, incluindo acidente vascular cerebral (AVC), falência renal e pneumonia grave. Embora tenha saído do coma e conseguido retomar a fala, perdeu completamente a visão. O quadro levanta preocupações sobre possíveis sequelas permanentes. Os dois amigos que também consumiram a bebida apresentaram sintomas semelhantes, mas não precisaram de internação.

Apesar da gravidade do caso, a família ainda não registrou boletim de ocorrência. A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo confirmou que ao menos duas pessoas morreram recentemente após ingerirem bebidas adulteradas com metanol. Um dos óbitos ocorreu na capital e outro em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Além disso, dez casos estão sob investigação na cidade de São Paulo, todos com suspeita de intoxicação pelo mesmo agente químico.

O episódio reacende o alerta sobre a comercialização de bebidas falsificadas e os riscos à saúde pública. O consumo de metanol, substância altamente tóxica e imprópria para ingestão humana, pode causar danos neurológicos irreversíveis e levar à morte.