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Mais de 4 milhões de alunos da educação básica enfrentam atraso escolar no Brasil, aponta Unicef
Foto: Camila Quaresma
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Uma análise divulgada nesta quinta-feira (25) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), com base nos dados do Censo Escolar da Educação Básica de 2024, revelou que cerca de 4,2 milhões de estudantes no Brasil estão com dois anos ou mais de atraso em relação à série ideal. Esse número representa 12,5% dos alunos matriculados na educação básica em todo o país.

A chamada distorção idade-série ocorre quando o estudante não avança no tempo esperado, seja por reprovação ou por abandono temporário da escola. A situação afeta de maneira desproporcional alunos dos anos finais do ensino fundamental, que representam 42,7% dos casos, além de estudantes do sexo masculino (59,6%) e autodeclarados pardos ou pretos (56,3%).

Esse tipo de atraso educacional é considerado um dos principais fatores de risco para a evasão escolar, já que pode gerar desmotivação, exclusão e dificuldades de reintegração no ambiente escolar. Mesmo com uma tendência de queda observada nos últimos anos — em 2023 o índice de distorção era de 13,4% — o número absoluto ainda preocupa.

A análise reforça que, embora haja avanços, a redução tem ocorrido em ritmo lento e desigual, atingindo mais fortemente os estudantes em situação de vulnerabilidade social. Os dados chamam atenção para a necessidade de políticas públicas mais eficazes, voltadas à recuperação da aprendizagem e à permanência dos alunos na escola, especialmente nos anos finais do ensino fundamental, que concentram os maiores desafios.

O levantamento também evidencia a importância de medidas estruturais, como reforço escolar, programas de busca ativa, acolhimento pedagógico e ações para garantir igualdade racial e de gênero dentro das instituições de ensino.

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