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Cirurgia de catarata nos dois olhos no mesmo dia é considerada segura, dizem estudos internacionais
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Dois estudos apresentados no 43º Congresso da Sociedade Europeia de Cirurgiões de Catarata e Refrativa, realizado neste mês, indicam que realizar a cirurgia de catarata nos dois olhos no mesmo dia pode ser uma alternativa segura, eficaz e mais prática para os pacientes. A abordagem, ainda pouco comum, representa uma mudança significativa na forma como o procedimento é tradicionalmente conduzido.

A catarata, doença caracterizada pela opacificação do cristalino ocular, é uma das principais causas de perda de visão no mundo, especialmente entre pessoas idosas. O tratamento cirúrgico consiste na substituição do cristalino por uma lente artificial. Até agora, o mais comum era realizar a operação em um olho por vez, com um intervalo de semanas ou meses entre os procedimentos.

Um dos estudos, conduzido na Dinamarca, avaliou a experiência de 157 pacientes submetidos à cirurgia simultânea. Os resultados mostraram que a maioria conseguiu realizar atividades básicas de forma independente após o procedimento: 88% conseguiam se locomover dentro de casa, 79% preparavam alimentos e 51% usavam o celular sem ajuda. Além disso, 62% afirmaram não precisar de cuidadores nas primeiras 24 horas.

Outro levantamento, feito no Reino Unido com mais de 10 mil pacientes entre dezembro de 2023 e dezembro de 2024, comparou os resultados visuais entre quem fez a cirurgia nos dois olhos no mesmo dia e os que optaram por datas separadas. Os dados indicam que 85% dos pacientes com lentes multifocais operados simultaneamente atingiram acuidade visual considerada normal, enquanto entre os que usaram lentes monofocais esse índice foi de cerca de 70%, independentemente do cronograma adotado. A simultaneidade trouxe ainda ganhos em tempo de reabilitação, número de consultas e redução de custos.

Olho seco: um desafio crescente após os 50 anos

O mesmo congresso internacional também discutiu a crescente prevalência do olho seco, condição que afeta significativamente a qualidade de vida, principalmente após os 50 anos. Estudos indicam que cerca de metade da população adulta na Europa e nos Estados Unidos apresenta sintomas da síndrome, embora menos de 20% dos casos sejam diagnosticados.

Com o envelhecimento, as glândulas lacrimais tornam-se menos eficientes, especialmente na produção da camada oleosa das lágrimas, o que provoca evaporação acelerada e secura na superfície ocular. Isso pode desencadear quadros de inflamação, como a blefarite, que atinge as pálpebras.

Entre os principais sintomas estão ardência, coceira, sensação de areia nos olhos, dor, visão turva e desconforto constante. Dados de uma pesquisa internacional apontam que 60% dos entrevistados levaram pelo menos quatro meses para buscar ajuda médica; 20% esperaram mais de um ano. Os impactos vão além da saúde ocular: 17% relataram que deixaram de dirigir à noite, e cerca de 15% mudaram hábitos como uso de maquiagem e ar-condicionado devido ao incômodo.

Diante desses dados, especialistas reforçam a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento oftalmológico regular, especialmente na população acima dos 50 anos.

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