Getting your Trinity Audio player ready...
|
Consórcio que atende 147 cidades acumula rombo milionário e denuncia falta de repasses
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Juiz de Fora e região opera no limite e corre risco de colapso financeiro. No recente acidente da BR-040, que deixou quatro mortos e 39 feridos, foi necessário deslocar seis ambulâncias, duas delas com equipes improvisadas de outros setores. Ainda assim, algumas vítimas esperaram atendimento devido à falta de veículos.
O consórcio Cisdeste, responsável pelo serviço em 147 municípios da Zona da Mata, calcula um déficit de R$ 5,38 milhões. A União deveria arcar com 50% dos custos, mas repassa apenas 29,5%. O Estado cobre 43% e os municípios 20%, o que mantém o serviço no vermelho. Segundo os gestores, a situação compromete a manutenção da frota e pode interromper atendimentos.
Uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que discutiria os repasses do Governo Estadual para o pagamento do piso da enfermagem no Samu, foi cancelada nesta terça-feira (23). O deputado Lucas Lasmar (Rede), autor do pedido, denunciou atrasos nos pagamentos de maio a dezembro de 2023, que atingiram quatro consórcios intermunicipais, entre eles o Cisdeste.
Apesar do aumento da contribuição federal em 2023, os consórcios afirmam que a redução da contrapartida estadual anulou o reforço. “Sem os 20% que faltam, frotas podem parar e vidas ficarão em risco”, alertou o deputado Arlen Santiago (Avante), que já fala em acionar o Ministério Público Federal.
Enquanto isso, o atendimento pelo número 192 continua funcionando, mas profissionais e gestores alertam que a situação é crítica e exige repasses imediatos para evitar a paralisação do serviço.