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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira (23), durante a abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU, que agressões contra o Poder Judiciário brasileiro são “inaceitáveis”. A declaração ocorreu dias após o governo dos Estados Unidos anunciar sanções contra autoridades brasileiras, incluindo familiares de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Lula afirmou que a ingerência estrangeira em assuntos internos do Brasil conta com apoio de uma extrema-direita “subserviente” e contrária à democracia. O chefe de Estado ressaltou que não haverá pacificação com impunidade e acusou falsos patriotas de arquitetarem e promoverem ações contra o país.
As críticas surgem em meio à decisão da Casa Branca de aplicar medidas restritivas previstas na Lei Magnitsky. Entre elas, a revogação dos vistos da esposa e dos filhos do ministro Alexandre de Moraes, além de sanções contra o advogado-geral da União, Jorge Messias, e outras autoridades. A iniciativa é considerada uma retaliação à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Em sua fala, Lula destacou que a condenação de Bolsonaro — a primeira de um ex-chefe de Estado em mais de cinco séculos de história brasileira — reforça o compromisso nacional com o Estado Democrático de Direito. Ele ressaltou que o processo foi conduzido com investigação, julgamento minucioso e amplo direito de defesa, deixando claro que democracia e soberania não são negociáveis.
“Seguiremos como nação independente e como povo livre de qualquer tipo de tutela. Democracias sólidas vão além do ritual eleitoral”, afirmou o presidente, ao destacar que o Brasil deu um recado ao mundo contra líderes autocráticos e seus apoiadores.
Lula abriu os trabalhos da Assembleia Geral, tradição reservada ao Brasil desde a fundação da ONU, em Nova York. O presidente esteve acompanhado de ministros como Mauro Vieira (Relações Exteriores), Marina Silva (Meio Ambiente), Márcia Lopes (Mulheres), Jader Barbalho (Cidades), Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública).