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Ato contra a PEC da Blindagem e a anistia aos condenados de 8/1 levou cerca de 42 mil pessoas à Avenida Paulista neste domingo (21).
Ato contra a PEC da Blindagem e a anistia aos condenados de 8/1 levou cerca de 42 mil pessoas à Avenida Paulista neste domingo (21).
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As manifestações durante o dia de domingo (21/9) reuniram multidões em capitais como Rio, São Paulo, Salvador e Brasília, em protesto contra a chamada PEC da Blindagem e contra a ideia de anistiar condenados pelos atos de 8/1. Em Salvador, Wagner Moura subiu ao trio com Daniela Mercury; no Rio e em São Paulo, a presença de nomes da MPB e de influenciadores ampliou o alcance dos atos. O caráter nacional ficou evidente em palcos, trios e uma convocação massiva pelas redes.

Estimativas de público. Segundo o Monitor do Debate Político da USP (com apoio da More in Common), o ato reuniu 42,4 mil pessoas na Avenida Paulista e 41,8 mil no Rio (Copacabana). Em estimativa própria, o Poder360 contou 43,4 mil na Paulista.

Artistas geraram a onda

O movimento ganhou força com vídeos e falas de alto alcance. Wagner Moura resumiu o tom dos atos na Bahia: “Eu tenho orgulho de ser da Bahia, porque aqui a extrema direita não se cria. Aqui não, pai. Aqui não.”

Anitta publicou um vídeo didático, criticou a impunidade embutida na proposta e chamou a pressão sobre os senadores: “Vamos cobrar todo mundo, cobrem os senadores para que não votem esse retrocesso.”

Caetano Veloso reforçou o chamado à mobilização, ajudando a popularizar o rótulo “PEC da bandidagem” nas falas recentes sobre o tema.

Débora Bloch — hoje no ar como Odete Roitman no remake de Vale Tudo — viralizou ao afirmar: “Quem comete crimes tem que ser investigado, julgado e condenado; não interessa se é deputado, ministro ou presidente da República.”

Deputados recuam e pedem desculpas

A repercussão dos vídeos e a ocupação das ruas elevaram o custo político da PEC. Entre os recuos públicos registrados: Silvye Alves (União-GO) pediu desculpas, disse ter cometido “erro gravíssimo” e relatou pressões e ameaças; Pedro Campos (PSB-PE) também divulgou vídeo dizendo que errou e se comprometeu a trabalhar para barrar o texto no Senado. Outros parlamentares publicaram retratações semelhantes.

No Senado: o que acontece agora

A PEC chegou ao Senado sob relatoria de Alessandro Vieira (MDB-SE) na CCJ. O relator já anunciou que seu parecer será pela rejeição e classificou a proposta como “um tapa na cara da sociedade”. A cúpula do colegiado fala em sepultar o texto na comissão antes de qualquer ida ao Plenário.

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) é a comissão mais importante para analisar propostas como a PEC. Ela verifica constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa do texto. O relator elabora um parecer (a favor ou contra) e os senadores da CCJ debatem e votam esse parecer. Só depois disso a matéria pode ir ao Plenário do Senado (ou estacionar se não houver vontade política de levá-la adiante).

Quais os caminhos desta PEC?

  • CCJ rejeita e não vai ao Plenário: se a maioria aprovar parecer pela rejeição e a Presidência do Senado mantiver o resultado, a PEC para no Senado (na prática, é arquivada por falta de avanço).
  • Vai ao Plenário e é derrotada: se for pautada no Plenário e não alcançar 3/5 dos votos em dois turnos, a PEC é rejeitada e a tramitação se encerra nesta rodada.
  • Vai ao Plenário e sofre mudanças: se o Senado alterar o texto, a PEC volta para a Câmara para reavaliar apenas o que foi modificado.
  • Aprovada sem mudanças: se o Senado aprovar igual ao texto da Câmara (dois turnos, 3/5), a PEC está aprovada e segue para promulgação pelo Congresso.

 

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