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Na noite desta quarta-feira (17), um jovem de 27 anos, Nícolas Andrade Campos, foi morto a tiros pela Polícia Militar dentro de seu apartamento no bairro Ponta da Praia, em Santos, litoral de São Paulo. A vítima, diagnosticada com esquizofrenia, estava em surto no momento da ocorrência e não estava medicada. O caso está sendo investigado pelas polícias Civil e Militar.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os policiais foram acionados após o jovem ameaçar seu padrasto com uma faca. Nícolas se trancou no apartamento, onde também estava uma criança. Quando os PMs chegaram, tentaram negociar, mas o jovem avançou contra a equipe, o que resultou em uma luta corporal. A polícia usou armamento não-letal, mas, segundo a SSP, o jovem continuou a agir de maneira agressiva. Em seguida, os agentes dispararam contra Nícolas, que morreu no local.
A criança que estava no apartamento foi resgatada sem ferimentos. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou o óbito de Nícolas. Em nota, a Polícia Militar destacou que, diante da situação, não houve alternativas além do uso da arma de fogo para cessar a agressão. “Todas as medidas cabíveis foram adotadas, sempre visando à preservação de vidas e à segurança de todos os envolvidos, especialmente da criança, que saiu ilesa”, informou a corporação.
O relato de uma policial militar que participou da operação à Polícia Civil informou que a equipe foi chamada para atender a uma pessoa em surto. Ao chegar, encontraram o padrasto de Nícolas e uma viatura do Samu. Segundo a PM, os policiais tentaram estabelecer contato com o jovem, mas ele pediu que não entrassem no apartamento. Entretanto, a equipe optou por ingressar no imóvel após avistarem a criança dentro de um cômodo trancado.
Dentro do apartamento, os policiais alegaram que Nícolas atacou a equipe com um cesto de roupas e um objeto de vidro. Diante disso, foram disparados dois tiros com taser (arma de choque), mas sem sucesso. Após aguardarem a chegada de um escudo balístico, os policiais conseguiram entrar novamente no apartamento, onde encontraram a criança e localizaram o corpo de Nícolas.
O caso foi registrado na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos como resistência e morte decorrente de intervenção policial. A Polícia Militar instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar as circunstâncias do ocorrido.