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A construção do túnel Santos-Guarujá, um dos projetos mais aguardados para melhorar o trânsito entre as duas cidades, ganhou um novo componente com a criação de um comitê que irá monitorar seus impactos ao longo do período de obra. A portaria foi publicada na terça-feira (17) pela Autoridade Portuária de Santos (APS), e visa reunir representantes de órgãos públicos, sociedade civil e universidades para avaliar as consequências sociais e ambientais da construção.
O Comitê Regional Permanente de Monitoramento será composto por 20 entidades, incluindo a APS, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), além de representantes da sociedade civil de Santos e Guarujá, entre outros. O grupo terá regimento próprio e fará reuniões bimestrais para avaliar os reflexos da obra e propor medidas de redução de impactos.
De acordo com o presidente da APS, Anderson Pomini, a participação do comitê será fundamental para garantir o acompanhamento contínuo dos efeitos da obra. “Até que o túnel esteja entregue e funcionando, a APS irá acompanhar, com os outros órgãos, todo o reflexo da obra na vida dos moradores e das demais pessoas que passam pelo Porto de Santos”, afirmou Pomini.
Uma das questões que o comitê terá que monitorar é a desapropriação de famílias que precisam ser removidas para viabilizar a construção do túnel. Embora o número exato de pessoas afetadas ainda não tenha sido divulgado, o governo do Estado lançou o edital do empreendimento Santos AE, que prevê a construção de 1.769 unidades habitacionais para os moradores impactados pela obra.
No Guarujá
Moradores da comunidade da Prainha, no Guarujá, participaram de uma reunião com vereadores no último domingo (14) para discutir os impactos da construção do túnel Santos-Guarujá, que será executado pela empresa Mota-Engil. A obra exigirá mais de 600 desapropriações no município, mas ainda não há um plano definitivo para a realocação das famílias. Moradores também manifestaram insatisfação com a possibilidade de mudança para unidades menores oferecidas pela CDHU.
“Eu não vou querer morar numa casa de pombo. A minha casa é grande e eu não vou ficar perdendo por causa de governo que tá querendo fazer isso com o povo pobre” desabafou uma moradora.