O secretário de Administração de Praia Grande, Ruy Ferraz Fontes, assassinado a tiros nesta segunda-feira (15) na Avenida Marginal, próximo ao Mercadão da Vila Mirim, já havia sido vítima de diferentes episódios de violência nos últimos anos — incluindo assaltos, tentativa de emboscada e um plano frustrado de execução.

Em 16 de dezembro de 2023, Ruy e a esposa foram assaltados ao saírem de um restaurante em Praia Grande. O casal estava de moto quando foi abordado por dois criminosos, também em uma motocicleta. Um dos assaltantes apontou uma arma para a cabeça do secretário e roubou celulares, joias, cartões e o veículo. A dupla, de 21 anos, foi presa em flagrante pouco depois por agentes da Guarda Civil Municipal (GCM), e parte dos bens foi recuperada.

Em 2022, uma tentativa de assalto foi frustrada quando dois motociclistas tentaram abordar Ruy, mas desistiram ao perceber que o carro em que ele estava era blindado. Já em 2020, ele escapou de uma emboscada no bairro do Ipiranga, em São Paulo, onde chegou a balear um dos criminosos, que fugiu.

Em 2010, enquanto trabalhava no 69.º Distrito Policial da Cohab Teotônio Vilela, Ruy escapou de um plano de assassinato. Dois homens foram presos em frente à delegacia com um fuzil; a suspeita é que estavam à espera do delegado para matá-lo. À época, ele havia deixado a Delegacia de Roubo a Bancos, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Ruy Ferraz Fontes era jurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). No início dos anos 2000, foi um dos primeiros a estruturar o organograma da facção criminosa, detalhando sua hierarquia e modo de operação. O trabalho foi considerado fundamental para as investigações conduzidas pela Polícia Civil e pelo governo de São Paulo.

A execução desta segunda-feira está sob investigação. As autoridades apuram as circunstâncias do crime.