Um acidente trágico tirou a vida de um homem de 44 anos na tarde deste domingo (14), em Santos. Ele morreu após ter o pescoço cortado por uma linha de pipa com cerol enquanto pilotava sua motocicleta pela Avenida Nossa Senhora de Fátima, na entrada da cidade.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a vítima foi encontrada em parada cardiorrespiratória e recebeu manobras de reanimação ainda no local, com apoio do Samu. Apesar do esforço das equipes, o motociclista não resistiu e morreu pouco depois de ser levado à UPA Central. O caso foi registrado na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos.

Familiares e amigos confirmaram que ele era natural de Cotia, na Grande São Paulo, onde mantinha um pequeno mercadinho no bairro Portão. Muito conhecido na comunidade local, era descrito como trabalhador dedicado, que se dividia entre a vida no interior e os compromissos na Baixada Santista.

Tragédia recorrente

Casos como esse são cada vez mais comuns no Estado. Segundo a Agência Brasil, os registros de ferimentos provocados por linhas cortantes cresceram 140% entre janeiro e maio de 2024, somando mais de 1.300 ocorrências. Em nível nacional, campanhas como a “Cerol Não!” e dados da ABRAM (Associação Brasileira de Motociclistas) estimam cerca de 500 acidentes anuais, sendo um quarto deles fatais.

Prevenção em Santos

Para enfrentar o problema, a Prefeitura de Santos mantém campanhas educativas em escolas, em parceria com a Seduc, a Guarda Civil Municipal e a CPFL. Em 2025, quase 8 mil alunos participaram de ações de conscientização. A legislação estadual e municipal proíbe o uso do cerol, prevendo multas e responsabilização de pais ou responsáveis quando o infrator é menor.

Consequências legais

Se o responsável pela linha for identificado, poderá responder por homicídio culposo, com pena de até 3 anos de detenção, além de ações de indenização civil. No caso de adolescentes, a Justiça aplica medidas socioeducativas, enquanto os responsáveis respondem na esfera cível e administrativa.