Getting your Trinity Audio player ready...
|
Moradores da comunidade da Prainha, no Guarujá, participaram de uma reunião com vereadores no último domingo (14) para discutir os impactos da construção do túnel Santos-Guarujá, que será executado pela empresa Mota-Engil. A obra exigirá mais de 600 desapropriações no município, mas ainda não há um plano definitivo para a realocação das famílias.
Enquanto algumas já foram contempladas com imóveis no Parque da Montanha, outras assinaram contratos com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), que prevê pagamento pela nova moradia. A falta de clareza sobre indenizações e o destino dos moradores tem gerado preocupação e revolta na comunidade.
Os vereadores Sérgio Santa Cruz (Cidadania), Sirana Bosonkian (PDT) e Edilson Dias (PT) estiveram na região e defenderam a criação de uma comissão de moradores para cobrar respostas oficiais da Prefeitura de Guarujá, da Autoridade Portuária e de demais órgãos responsáveis. “A gente quer criar aqui uma comissão com o maior número possível de moradores para levar as demandas até a Prefeitura, depois à Autoridade Portuária e demais instâncias, para acompanhar de forma legal todo o processo” afirmou Sérgio Santa Cruz.
Já Edilson Dias destacou a falta de informações básicas: “A angústia da população é que eles não sabem quantas famílias serão removidas e de quais ruas” disse.
Moradores também manifestaram insatisfação com a possibilidade de mudança para unidades menores oferecidas pela CDHU.
“Eu não vou querer morar numa casa de pombo. A minha casa é grande e eu não vou ficar perdendo por causa de governo que tá querendo fazer isso com o povo pobre” desabafou uma moradora.
Comparado ao Guarujá, o impacto da obra será menor em Santos, onde a quantidade de desapropriações previstas é significativamente inferior. A resistência às opções da CDHU amplia o impasse, já que muitos moradores exigem soluções habitacionais dignas dentro do próprio município.