Getting your Trinity Audio player ready...
|
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou nesta quinta-feira (11) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão pela tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes. O julgamento terminou com placar de 4 a 1 e incluiu ainda a condenação de outros sete réus.
Bolsonaro foi considerado culpado por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Além da pena, o ex-presidente ficará inelegível por oito anos após o cumprimento da sentença.
A decisão repercutiu amplamente na imprensa internacional, que classificou o julgamento como histórico e destacou os impactos políticos da condenação.
Repercussão internacional
The New York Times

O jornal americano destacou que Bolsonaro foi condenado por liderar uma conspiração para anular as eleições de 2022, incluindo planos de dissolver tribunais, dar poderes às Forças Armadas e até assassinar o presidente eleito. A publicação avaliou que a decisão deve intensificar tensões entre Brasil e Estados Unidos, principalmente diante das tarifas impostas pelo governo americano e das sanções contra o ministro Alexandre de Moraes.
Reuters

A agência ressaltou que Bolsonaro se tornou o primeiro ex-presidente condenado por atentado à democracia. A reportagem lembrou o voto divergente do ministro Luiz Fux, que absolveu Bolsonaro, o que trouxe alívio a apoiadores e abriu margem para contestações. A Reuters comparou o caso com processos envolvendo líderes de extrema-direita em outros países.
The Guardian

O jornal britânico classificou a condenação como resultado de um plano para “aniquilar” a democracia. Também destacou a divergência de Fux e avaliou que isso pode gerar questionamentos legais futuros.
The Washington Post

A publicação apontou que o julgamento divide a sociedade brasileira e ressaltou que Bolsonaro segue sendo um ator político relevante, com influência sobre a eleição de 2026. Também mencionou a possibilidade de parlamentares aliados tentarem aprovar uma anistia.
Wall Street Journal

O veículo avaliou que a decisão pode inflamar disputas entre Lula e Donald Trump, aliado de Bolsonaro. A reportagem citou tarifas de 50% impostas pelos EUA e classificou a sentença como um marco na “queda dramática” do ex-presidente.
Bloomberg

A agência ressaltou que Bolsonaro acusa o STF de perseguição política e que sua defesa ainda pode recorrer. Também destacou a tramitação de um projeto de lei de anistia que poderia beneficiá-lo, embora a proposta enfrente resistência no Senado.
The Economist

A revista relembrou uma fala de Bolsonaro em 2022, quando disse que não seria preso se perdesse as eleições. Para a publicação, a condenação mostrou que ele estava errado e marcou um momento histórico em um país com histórico de golpes.
El País

O jornal espanhol afirmou que o Brasil deu um passo importante contra a impunidade. Também destacou a pressão internacional, especialmente dos Estados Unidos, e ressaltou que o voto decisivo foi dado pela única ministra do STF.
BBC

A emissora britânica explicou que o plano golpista culminou nos ataques de 8 de janeiro de 2023. A reportagem destacou que a condenação contou com quatro votos a favor e apenas um contrário, e lembrou que Bolsonaro nega envolvimento.
Clarín

O jornal argentino classificou o julgamento como histórico e detalhou que a trama começou com a campanha de descrédito às instituições. A publicação informou ainda que Bolsonaro está em prisão domiciliar desde agosto e que não participou das sessões por motivos de saúde.
Encerramento
A condenação de Jair Bolsonaro repercute como um dos julgamentos mais relevantes da história recente do Brasil, com efeitos que ultrapassam fronteiras. O caso pode redefinir o cenário político interno e gerar impactos nas relações internacionais do país.