O FBI divulgou nesta quinta-feira (11) a imagem de um homem classificado como “pessoa de interesse” nas investigações do assassinato do ativista conservador Charlie Kirk, morto durante um evento na Universidade Utah Valley, em Utah. A agência anunciou ainda uma recompensa de US$ 100 mil (cerca de R$ 631 mil) por informações que possam levar à identificação e localização do atirador.

Embora o termo não signifique uma acusação formal, o homem divulgado pode ter informações relevantes para a apuração ou eventual envolvimento ainda em avaliação pelas autoridades. O FBI informou que o suspeito de efetuar os disparos fugiu por uma área residencial próxima ao campus, onde se misturou entre os estudantes.

A arma do crime, um fuzil de alta precisão, foi encontrada em um bosque próximo à universidade. Imagens de câmeras de segurança e vídeos captados no momento do ataque mostram o atirador correndo sobre um telhado logo após os disparos. A polícia confirmou que o criminoso usava roupas escuras e aparentava ser jovem, em idade universitária.

As autoridades montaram uma força-tarefa para acelerar as buscas, diante da preocupação de que o suspeito consiga escapar do perímetro. Policiais realizam buscas porta a porta em bairros da região e pedem ao público que encaminhe informações, fotos e vídeos relacionados ao crime por meio de um canal digital criado para receber denúncias.

O atentado ocorreu durante uma sessão de perguntas e respostas promovida por Kirk, que reunia cerca de três mil estudantes. O disparo atingiu o pescoço do ativista, que chegou a ser socorrido e levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

O episódio provocou forte repercussão política. O governador de Utah, Spencer Cox, prometeu que o responsável será punido com o máximo rigor permitido pela lei, que no estado prevê inclusive a pena de morte. O clima de tensão se intensificou após a prisão equivocada de dois homens no dia anterior, posteriormente liberados quando não foram encontradas conexões com o crime.

O legado de Charlie Kirk
Com 31 anos, Charlie Kirk era uma das figuras mais influentes da direita americana. Fundador da Turning Point USA, organização estudantil conservadora presente em mais de 3.500 escolas e universidades nos 50 estados, tornou-se peça-chave na mobilização de jovens em torno da candidatura de Donald Trump em 2016 e 2024.

Além de comandar o grupo, Kirk era autor de livros e apresentador do programa de rádio The Charlie Kirk Show, transmitido nacionalmente, além de manter um podcast de grande audiência. Suas redes sociais reuniam mais de 14 milhões de seguidores.

Alinhado ao movimento Make America Great Again (MAGA), defendia pautas como a ampliação do porte de armas, valores cristãos e críticas à esquerda, ao mesmo tempo em que era alvo de polêmicas por declarações e pela divulgação de informações falsas durante a pandemia.

Sua morte ocorre em um momento de crescente violência política nos Estados Unidos, em meio a um cenário de polarização sem precedentes desde a década de 1970.