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Trump ameaça usar poderio econômico e militar em defesa da liberdade de expressão em meio a julgamento de Bolsonaro
Foto REUTERS/Leah Millis
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A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta terça-feira (9) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “não tem medo de usar meios econômicos e militares” para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo. A declaração ocorreu em resposta a questionamentos sobre a eventual condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

“A liberdade de expressão é a questão mais importante do nosso tempo. Ela está consagrada em nossa Constituição, e o presidente acredita fortemente nela”, disse Leavitt. “O presidente não tem medo de usar o poder econômico e militar dos Estados Unidos da América para proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”, completou.

A porta-voz destacou que Washington já aplicou sanções e tarifas contra o Brasil como forma de pressionar o país e que, por ora, não há previsão de novas medidas. Apesar disso, reforçou que Trump acompanha de perto o julgamento de Bolsonaro.

Nos últimos meses, o presidente norte-americano tem manifestado apoio ao ex-chefe do Executivo brasileiro, chamando as ações do Judiciário de “execução política”. “Ele [Bolsonaro] é um homem honesto. O que estão fazendo é uma execução política. Acho isso terrível”, declarou Trump em entrevista recente.

As falas da Casa Branca foram feitas no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, votou pela condenação de Bolsonaro e outros sete aliados. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), o grupo faz parte de uma organização criminosa que tentou manter Bolsonaro no poder por meio de uma tentativa de golpe de Estado.

Entre os réus estão Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).

As penas previstas para os crimes variam:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito: de 4 a 8 anos;

  • Tentativa de golpe de Estado: de 4 a 12 anos;

  • Organização criminosa armada: de 3 a 8 anos (podendo chegar a 17 anos em caso de agravantes);

  • Dano qualificado: de 6 meses a 3 anos;

  • Deterioração de patrimônio tombado: de 1 a 3 anos.

Somadas, as penas podem ultrapassar 40 anos de prisão em caso de condenação máxima. O julgamento segue na Primeira Turma do STF e deve ser concluído ainda nesta semana.

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