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O pastor Silas Malafaia protagonizou um dos momentos mais inflamados do ato realizado neste 7 de setembro na Avenida Paulista. À frente do Movimento Reaja Brasil, do qual é idealizador, ele afirmou que o país vive “a maior perseguição política da história”, mesclando ataques diretos ao ministro Alexandre de Moraes, elogios ao governador Tarcísio de Freitas e uma mensagem emocionada ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ataques a Alexandre de Moraes
Malafaia concentrou boa parte de sua fala em acusações contra o ministro do Supremo Tribunal Federal. “É o modus operandi do ditador da toga Alexandre de Moraes”, disparou, ao criticar o inquérito das fake news, que classificou como “imoral e ilegal”. Para ele, Moraes age como promotor e juiz ao mesmo tempo, rasgando a Constituição e impondo censura.
Apreensão dos cadernos e perseguição religiosa
O pastor relatou que, ao desembarcar no Brasil, teve seus cadernos de anotações, o passaporte e o telefone celular apreendidos. “Meus cadernos de anotações bíblicas, meu telefone e meu passaporte foram apreendidos. Essa é a maior prova da perseguição religiosa e política que o Brasil já viu”, disse.
Ele explicou que, ao confiscar seus sermões e estudos bíblicos, Moraes não apenas restringe sua liberdade de movimento como conferencista internacional, mas também tenta limitar sua atuação como pastor. “Alexandre de Moraes não promove apenas perseguição política. Promove perseguição religiosa”, acusou, afirmando que está impedido de exercer sua missão em igrejas no exterior.
Dilma e os dois pesos e duas medidas
Malafaia também comparou sua situação com a da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele lembrou que, em 2016, Dilma teria pedido sanções contra o Brasil em entrevista em Nova Iorque: “Quando é a esquerda, é direito. Quando é a direita, é traição à pátria. Dois pesos e duas medidas”, afirmou.
Lula no plenário e Bolsonaro na turma
O pastor criticou ainda a forma como os julgamentos de Lula e Bolsonaro foram conduzidos no Supremo. “Lula, acusado de corrupção, foi julgado no plenário. Bolsonaro, acusado de golpe de Estado, é julgado por uma turma. Isso não é justiça, é circo”, disse. Para ele, a escolha de uma turma — composta por Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino — serve apenas para acelerar a condenação do ex-presidente.
Elogio a Tarcísio
Em meio às críticas, Malafaia abriu espaço para enaltecer o governador paulista, que esteve presente na manifestação. “Tarcísio está sendo um leão em favor da anistia”, afirmou, arrancando aplausos da multidão.
Desafio sobre vazamento de conversas
Ao comentar a apreensão de seu telefone, o pastor lançou um desafio: “Vaza as conversas que tenho com jornalistas da Folha, do Globo e do Metrópolis! Vaza que eu mando vídeos diretamente para ministros do STF! Isso não é conluio, não é crime. É meu direito de expressão”, declarou, acusando Moraes de tentar desmoralizá-lo.
Europa, América e os direitos humanos
Malafaia também advertiu que a perseguição política no Brasil atrai a atenção internacional. “O americano pode ter rixa com o europeu, mas quando se trata de liberdade e direitos humanos, eles andam juntos. O mundo está de olho”, disse.
Mensagem a Bolsonaro e recado final
A parte mais emotiva do discurso foi dirigida a Jair Bolsonaro. Citando passagens bíblicas, Malafaia comparou o ex-presidente ao Davi bíblico contra Golias: “Tu vens a mim com a toga, com o teu poder e a tua injustiça. Porém, eu venho em nome do Deus Todo-Poderoso… e Ele vai te derrotar no tempo certo”.
Encerrando sua fala, Malafaia disse que “o povo brasileiro é o supremo poder” e garantiu: “Deus não vai deixar o Brasil virar Venezuela. A justiça será feita. Homens injustos vão cair”.