Em discurso inflamado na Avenida Paulista, durante as celebrações do 7 de Setembro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, reforçou a pauta da anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro e cravou que Jair Bolsonaro é o único candidato possível para a direita em 2026.

“Só existe um candidato para nós, que é Jair Messias Bolsonaro”, disse Tarcísio, sob gritos de apoio da multidão que lotava a Paulista. O governador destacou que a festa da independência “não está completa” porque Bolsonaro não estava presente: “Não existe independência sem liberdade. Essa festa aqui não está completa, porque Jair Messias Bolsonaro não está aqui conosco.”

Defesa da anistia

Grande parte do discurso foi dedicada à defesa da anistia ampla, geral e irrestrita. Tarcísio argumentou que o processo do 8 de janeiro está “maculado” e que não há provas contra Bolsonaro. “Não se pode destruir a democracia sob pretexto de resgatá-la. A condenação sem prova abre uma ferida que nunca vai fechar”, afirmou.

O governador fez questão de vincular a pauta ao espírito de pacificação nacional: “Essa anistia tem que nos encontrar com a nossa tradição de reconciliação, com a nossa tradição de pacificação, para que a gente possa ter um país unido.”

“O PT só existe porque houve anistia”

Tarcísio também mirou no PT, lembrando que o partido só existe hoje por causa da anistia de 1979:
“Aqueles que gritam ‘sem anistia’ foram justamente os beneficiados pela anistia. Se o PT existe hoje é porque houve anistia em 79, senão não existiria.”

Segundo ele, a esquerda tenta reescrever a história e se apropriar da luta democrática: “Eles dizem que foram responsáveis pela luta pela democracia. Justamente eles, que assaltaram bancos, que cometeram atentados e se beneficiaram da anistia.”

Crítica ao STF e defesa de Bolsonaro

Outro alvo direto do governador foi o ministro Alexandre de Moraes e a condução dos processos relacionados ao 8 de janeiro. “Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes”, afirmou, arrancando aplausos do público. Ele ainda pediu: “Devolvam o passaporte do pastor Silas Malafaia. Devolvam o caderno de sermões do pastor Silas Malafaia.”

Para Tarcísio, a solução para a crise institucional é clara: “A única forma de resolver isso é a anistia. Deixa o Bolsonaro ir para a urna. Qual o problema?”

O ato reuniu milhares de apoiadores na Avenida Paulista e contou também com discursos de outras lideranças políticas alinhadas ao bolsonarismo. Entre elas, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, parlamentares da bancada federal e estadual, além de figuras religiosas e militantes que reforçaram a defesa de Bolsonaro e da anistia. O clima foi marcado por palavras de ordem contra o Supremo Tribunal Federal e pelo fortalecimento do movimento em torno da candidatura de Bolsonaro em 2026.