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Neste sábado (6), Guarujá registrou mais uma vítima fatal em acidentes de trânsito. Uma onda que preocupa os moradores: já são sete mortes em apenas 15 dias na cidade.
Segundo o Boletim de Ocorrência, o acidente aconteceu por volta das 23h30 de sexta-feira (5), na Avenida Adhemar de Barros, no Jardim Helena Maria. A vítima, o pedreiro Wendell Silva, de 46 anos, seguia de bicicleta pela ciclovia quando tentou atravessar a via. Nesse momento, foi atingido por um veículo Volkswagen Voyage, conduzido pelo mecânico Gabriel Silva, de 20 anos.
Uma testemunha relatou que o ciclista aguardou a passagem de um carro no sentido contrário, mas entrou repentinamente na frente do Voyage, que não conseguiu frear a tempo. O motorista permaneceu no local e acionou socorro, mas a morte foi constatada por uma médica do SAMU.
Nossa equipe analisou as imagens da ocorrência e calculou que o carro trafegava a pelo menos 100 km/h, em um trecho cuja velocidade máxima permitida é de 60 km/h.
Outros acidentes fatais em Guarujá
Além desta tragédia, Guarujá vive uma sequência de acidentes fatais. Somente nos últimos 15 dias, foram sete mortes no trânsito. Veja como foram os outros casos:
- 26/08 – Dois motociclistas morreram após colidir com um caminhão betoneira na Rodovia Cônego Domênico Rangoni (Piaçaguera).
- 25/08 – Pai e filho morreram em acidente na Avenida dos Caiçaras, quando a moto em que estavam atingiu um pedestre.
- 24/08 – Um motociclista de 26 anos perdeu a vida ao bater contra um barranco na Rodovia Cônego Domênico Rangoni, altura do km 254.
- 23/08 – Uma mulher de 29 anos morreu em colisão entre motos na Avenida Dom Pedro I, no Balneário Cidade Atlântica.
Cidade precisa de radares?
Apesar das campanhas de conscientização realizadas pela Secretaria de Mobilidade, os números mostram que a cidade não está reagindo. A sequência de acidentes fatais em Guarujá acende uma pergunta incômoda: será preciso apelar para a punição financeira, com multas aplicadas por agentes de trânsito ou por equipamentos como radares eletrônicos?
Em cidades vizinhas, a fiscalização é bem mais estruturada. Santos, por exemplo, conta com 26 radares eletrônicos ativos em pontos estratégicos e quase 3.000 câmeras de monitoramento integradas ao Centro de Controle Operacional, ampliando o alcance da fiscalização e permitindo flagrar irregularidades em tempo real.
Praia Grande também aparece na dianteira: possui mais de 3.400 câmeras espalhadas pela cidade, além de radares fixos em vias de grande movimento, incluindo equipamentos de leitura de placas (OCR) e monitoramento ao vivo.
Já São Vicente iniciou seu sistema com mais de 500 câmeras em escolas, unidades de saúde e áreas públicas, além de novos radares e lombadas eletrônicas em avenidas movimentadas.
E o contraste com Guarujá é gritante. No fim de 2024, quando houve a troca de governo, a realidade era de praticamente nenhuma câmera em operação. O próprio prefeito Farid Madi reconheceu que encontrou o sistema de monitoramento praticamente apagado, com pouquíssimos equipamentos funcionando. Só em dezembro, a Central de Monitoramento foi reativada com 56 câmeras, e a promessa era chegar a 126 unidades. Muito distante da estrutura dos municípios vizinhos.