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Se Itu é conhecida como a cidade do exagero, um juiz conseguiu transformar o caso em seu completo oposto: minimizou a maior apreensão...
Créditos: Divulgação/Polícia Civil
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⚠️ Aviso: gatilho de injustiça! Leia sentado para não cair para trás.

Se Itu é conhecida como a cidade do exagero, um juiz conseguiu transformar o caso em seu completo oposto: minimizou a maior apreensão da região como se fosse algo irrelevante.

Parece mentira, mas é o Brasil. Enquanto um homem em Minas Gerais foi preso por portar menos de 6 gramas de crack e maconha, outro, flagrado transportando 225 quilos de pasta-base de cocaína e 90 quilos de crack na rodovia Castello Branco, em São Paulo, foi solto sem nem pagar fiança. O juiz Marcelo Nalesso Salmaso mandou liberá-lo na audiência de custódia, afirmando que a quantidade não era “exacerbada”.

Prisão envolveu até helicóptero

O suspeito — cujo nome não foi revelado pela Justiça — foi detido em 20 de agosto, após uma perseguição na rodovia Castello Branco. A operação mobilizou meses de investigação e resultou em uma ação cinematográfica: viaturas da Força Tática, equipes do 14º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) e até o helicóptero Águia participaram do cerco.

De acordo com a PM, a apreensão somou 225 kg de pasta-base de cocaína e 90 kg de crack, avaliados em cerca de R$ 10 milhões no mercado do narcotráfico. Um carregamento de alto impacto, que justificou o aparato policial. Dois criminosos foram presos.

O detalhe que torna o absurdo ainda mais absurdo!

A droga não era cocaína pronta para consumo, mas pasta-base — matéria-prima que pode ser multiplicada em laboratórios clandestinos e transformada em toneladas de pó para venda nas ruas. É um produto típico de facções e grandes redes de tráfico. Nenhum usuário comum transporta pasta-base, o que reforça o caráter de tráfico em larga escala.

Revolta de Derrite

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, gravou um vídeo em 25 de agosto, Dia do Soldado, para criticar a decisão. Ele exaltou o esforço dos policiais e repudiou a soltura:

“Foram apreendidos 224 quilos de pasta-base de cocaína, 90 quilos de crack, dois criminosos presos, tudo fruto de um trabalho de inteligência que durou meses. Mas aí vem a fatídica audiência de custódia. E pasmem: o juiz liberou o traficante sob a alegação de que a quantidade não foi exacerbada. O que? 224 quilos de cocaína, 90 de crack. O que será que ele precisa? Uma tonelada?”

Derrite classificou a decisão como um desrespeito à população e destacou:

“Depois de uma operação de guerra como essa, vai um iluminado desse juiz e diz que não é exacerbada a quantidade. Isso é lamentável. Mas quero dizer a todos os soldados e policiais: não desistam, não desanimem. Vocês têm o nosso respeito.”

 

O caso segue sem desfecho. O Ministério Público recorreu ainda em agosto, pedindo a revisão da decisão. Até hoje, o recurso não foi julgado pela Vara de Garantias de Sorocaba. Enquanto isso, outro motorista, preso no mesmo período com 90 kg de crack em Mairinque (SP), continua detido — reforçando a sensação de dois pesos e duas medidas.

Nós vamos acompanhar cada passo desse processo e trazer novidades assim que a Justiça se pronunciar.

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