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Manifestantes se reúnem nesta quinta (4) e sexta-feira (5) para tentar barrar embarque de 56 toneladas de aço com destino à empresa israelense IMI Systems, acusada de envolvimento em violações de direitos humanos.
Coletivos da Baixada Santista organizam dois protestos em Santos, no litoral paulista, contra a exportação de um carregamento de aço com possível uso militar destinado a Israel. As manifestações ocorrem nesta quinta-feira (4) e sexta-feira (5), após denúncia feita por parlamentares ao Ministério Público Federal.
Nesta quinta-feira, às 16h, uma moção de repúdio será apresentada na Câmara Municipal, seguida de um ato em frente ao prédio. Na sexta-feira, às 11h, o protesto será realizado em frente à sede da Autoridade Portuária de Santos (APS), no bairro Macuco.
A mobilização é liderada pelos coletivos Palestina Livre Baixada Santista e Frente Palestina Livre, em resposta ao envio de 48 caixas de barras de aço — totalizando quase 56 toneladas — com destino final a Haifa, em Israel. A carga, fabricada pela empresa espanhola Villares Metals, tem aplicação classificada como “dual” (civil e militar) e foi adquirida pela IMI Systems, subsidiária da gigante bélica israelense Elbit Systems.
Segundo o plano logístico, o material deve sair do Porto de Santos nesta sexta-feira (5), passar pelo porto de Roterdã, na Holanda, e seguir viagem até Haifa, com chegada prevista para 17 de outubro.
A vereadora Débora Camilo (PSOL), de Santos, e a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) protocolaram uma representação no Ministério Público Federal questionando a legalidade e a legitimidade da exportação. No documento, elas ressaltam que a IMI Systems está ligada à produção de armamentos utilizados em operações militares de Israel na Faixa de Gaza, região marcada por graves denúncias de violações de direitos humanos.
As parlamentares também apontam que o envio da carga viola a diretriz do Itamaraty, que determinou a suspensão de exportações de material militar para Israel, conforme anunciou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Além disso, alegam que a operação fere compromissos internacionais do Brasil no âmbito do Tratado sobre o Comércio de Armas (ATT), que proíbe a exportação de insumos com potencial uso em crimes de guerra ou contra a humanidade.
O caso levanta questionamentos sobre a fiscalização de exportações brasileiras com potencial uso militar, especialmente em cenários de conflito e de possível violação de tratados internacionais.
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Coletivos protestam em Santos contra envio de aço brasileiro a empresa israelense ligada à indústria bélica. Carga de 56 toneladas tem possível uso militar e destino à IMI Systems, denunciada por violações de direitos humanos.