Publicidade
Diretora da CGU afirma que INSS soube de fraudes em 2019, mas não agiu
Foto Geraldo Magela/Agência Senado
Getting your Trinity Audio player ready...

A diretora de Auditoria de Previdência da Controladoria-Geral da União (CGU), Eliane Viegas Mota, declarou nesta quinta-feira (4) que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi alertado em 2019 sobre as fraudes em descontos associativos em aposentadorias, mas não tomou providências. A afirmação foi feita durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS.

Segundo Eliane, a denúncia chegou ao órgão por meio do Ministério Público do Paraná, que registrou aumento de reclamações de beneficiários. O MP recomendou, à época, a suspensão de acordos de cooperação técnica com quatro entidades envolvidas, mas o INSS ignorou o alerta e manteve os contratos.

O caso ganhou repercussão nacional após série de reportagens revelar que associações ligadas ao esquema chegaram a arrecadar R$ 2 bilhões em um ano, enquanto respondiam a milhares de processos por fraudes nas filiações. O escândalo levou à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e alimentou as apurações da própria CGU.

As denúncias resultaram na Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril de 2024, que culminou na demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Durante a sessão, o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), questionou a servidora da CGU se havia registros anteriores a 2019 sobre o esquema. Ela afirmou não ter conhecimento de documentos anteriores a essa data.

A auditoria formal da CGU sobre o caso só começou em março de 2024. Eliane relatou que chegou a se reunir com Stefanutto, que avaliou medidas contra as fraudes, mas não suspendeu os acordos de cooperação técnica. Pouco depois, o ex-presidente do instituto foi afastado por ordem judicial.

Destaques ISN

Relacionadas

Menu