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Uma criança de dois anos fraturou a perna direita após se envolver em uma briga com um colega na Escola Municipal de Educação Infantil (EMEI) Jardim Veneza, em Peruíbe, no litoral de São Paulo. A mãe do menino, Thais dos Santos, de 29 anos, afirma que a unidade de ensino não prestou socorro nem comunicou o ocorrido.
Segundo Thais, o acidente ocorreu na última quinta-feira (28), mas ela só soube da situação ao buscar o filho na escola, por volta das 17h. O menino estava no colo da coordenadora e se queixava de dores na perna. Um exame posterior constatou fratura na tíbia (osso da canela).
O menino havia sido deixado na creche por volta das 7h30 e, segundo a mãe, estava bem até então. Thais relatou que foi surpreendida com a falta de comunicação por parte da unidade de ensino. Ela também reclamou da forma como o caso foi registrado no caderno de ocorrências, que descrevia apenas uma “briga” entre crianças.
A cozinheira questionou a escola sobre o motivo de não ter sido acionada na hora do acidente. De acordo com ela, as funcionárias disseram não ter percebido nada anormal e alegaram que, caso houvesse lesão, ela seria esperada no outro aluno envolvido.
Após buscar o filho, Thais o levou imediatamente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Peruíbe. Como a unidade não conta com ortopedista de plantão, a criança foi levada por meios próprios a Mongaguá (SP), onde teve a fratura confirmada por um especialista. O menino teve a perna imobilizada, recebeu alta com orientações médicas e retornou à UPA de Peruíbe para acompanhamento.
“Ele chora de dor dia e noite, está com febre de 38°C, e a escola não me dá nenhuma explicação. Não sei quando poderá voltar a estudar, preciso da liberação do ortopedista”, desabafou Thais.
Investigação
A Secretaria de Educação de Peruíbe instaurou uma apuração interna e afirmou que tomará medidas cabíveis caso sejam constatadas falhas ou omissões. A pasta também informou que está em contato com a família e já autorizou a transferência do aluno.
O Conselho Tutelar foi acionado e acompanha o caso. Já o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) abriu um procedimento para investigar possíveis violações aos direitos da criança. O órgão solicitou documentos à escola, à Secretaria de Educação e ao Conselho Tutelar.
Antes de acionar o MP-SP, Thais procurou a Delegacia de Peruíbe, mas afirmou que os policiais se recusaram a registrar boletim de ocorrência. A Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) contestou essa versão, informando que a mãe foi orientada a formalizar o caso por meio da ouvidoria da Secretaria de Educação e do Conselho Tutelar.
A Promotoria, por sua vez, orientou Thais a registrar o caso de forma online, mas a SSP-SP informou que não localizou o registro.
O caso segue sob investigação pelas autoridades educacionais, judiciais e de proteção à infância.
Outro caso
Um estudante da rede municipal de ensino de Praia Grande feriu um colega de classe ao cravar um lápis em sua cabeça durante uma briga. O caso aconteceu no dia 19 de julho, em uma escola do bairro Melvi, no horário das aulas.
Segundo a mãe do aluno agredido, a escola não registrou boletim de ocorrência e brigas entre estudantes seriam frequentes na unidade. A vítima foi socorrida por uma ambulância e encaminhada a um hospital da região, onde médicos relataram que o ferimento poderia ter tido consequências mais graves.