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foto terremoto afeganistao
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Um forte terremoto de magnitude 6,0 atingiu o leste do Afeganistão na noite de domingo (31), provocando a destruição de vilarejos inteiros e deixando mais de 800 mortos e ao menos 2.500 feridos. O epicentro foi registrado na província de Kunar, mas os tremores também afetaram regiões vizinhas, como Nangarhar e Laghman, próximas à fronteira com o Paquistão.

As primeiras horas após o desastre foram marcadas por cenas de desespero. Casas construídas em barro e pedra desmoronaram sobre famílias inteiras. Estradas bloqueadas por deslizamentos dificultaram a chegada de socorro por terra, obrigando o uso de helicópteros para evacuar vítimas. Hospitais locais ficaram rapidamente superlotados, sem condições de atender a todos os feridos.

Operações de resgate e resposta internacional

O governo afegão, controlado pelo Talibã, enviou equipes médicas e voluntários para as áreas mais afetadas, enquanto a Cruz Vermelha Afegã mobilizou ajuda emergencial. A ONU confirmou que está atuando por meio de sua missão no país, enviando suprimentos e avaliando as necessidades imediatas. O secretário-geral António Guterres expressou solidariedade às famílias das vítimas e afirmou que a comunidade internacional deve agir rapidamente para evitar uma catástrofe humanitária ainda maior.

A China também se pronunciou, oferecendo assistência conforme as necessidades apresentadas pelo governo afegão. Já o Programa Mundial de Alimentos (WFP) alertou que sua capacidade de resposta está limitada devido à queda drástica da ajuda internacional ao país nos últimos anos.

Região marcada por histórico sísmico

O leste do Afeganistão está situado em uma zona de encontro entre as placas tectônicas da Índia e da Eurásia, uma das regiões mais sísmicas do mundo. Não é a primeira vez que o país enfrenta tragédias semelhantes: em 2022, um terremoto de magnitude 6,2 matou mais de mil pessoas em Paktika e províncias vizinhas. No ano seguinte, a província de Herat foi devastada por uma sequência de tremores que deixou milhares de mortos.

Esse histórico evidencia a vulnerabilidade do país diante de novos abalos, especialmente em áreas rurais onde as construções são frágeis e a infraestrutura quase inexistente.

Crise humanitária agravada

O terremoto chega em um momento delicado. Desde a retomada do poder pelo Talibã, o Afeganistão sofre cortes expressivos na ajuda internacional. Em 2022, o país recebeu cerca de 3,8 bilhões de dólares em apoio, mas em 2025 esse valor caiu para menos de 800 milhões, uma redução de 80%. Esse cenário enfraqueceu os serviços básicos de saúde e assistência, dificultando ainda mais a resposta a desastres naturais.

Enquanto escavadeiras e voluntários ainda trabalham para retirar corpos dos escombros, milhares de desabrigados aguardam alimentos, remédios e abrigo emergencial. O desafio do governo e da comunidade internacional será evitar que o impacto imediato da tragédia se transforme em uma crise prolongada.

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