Áudios enviados por WhatsApp revelam os últimos momentos de desespero da família que estava a bordo de uma lancha que naufragou no último sábado (23), a cerca de 25 quilômetros da costa de Itanhaém, no litoral de São Paulo.
A embarcação era ocupada pelo veterinário Bruno Silva Dias e seus pais, Lucídio Francisco Dias e Maria Aparecida da Silva Dias. O corpo de Maria Aparecida já foi localizado, enquanto as buscas pelos demais tripulantes continuam sendo feitas pelo Grupamento de Bombeiros Marítimo (GBMar), com apoio da Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira (FAB). Nesta terça-feira foi encontrado mais um corpo com colete salva-vidas próximo a Ilha das Palmas, no Guarujá.
Segundo informações, a lancha havia partido de uma marina em Guarujá. Bruno enviou dois áudios ao proprietário do local, identificando dificuldades ainda antes do naufrágio.
No primeiro, ele relatava que a navegação estava lenta e instável:
“Ô Daniel, tudo bem? Eu acho que a gente vai chegar um pouquinho depois das seis porque… a gente… a lancha tá tendo que ir um pouco mais devagar e tá pulando muito. E aí eu dei uma paradinha aqui pra te avisar que a gente vai chegar um pouquinho depois das seis.”
Pouco depois, já em situação crítica, gravou um pedido de socorro, informando a localização da embarcação:
“Daniel, misericórdia, para um pouco, pai. Daniel, a gente afundou tá nessa localização aqui a lancha virou. Nós ‘tá’ grudado na boca dela.”
A lancha foi encontrada posteriormente na região de São Sebastião, mas ainda não há informações oficiais sobre os outros tripulantes desaparecidos. As buscas seguem intensificadas por mar e ar.