O número de pinguins-de-magalhães (Spheniscus magellanicus) encontrados mortos nas praias do litoral sul de São Paulo chegou a 882 nesta terça-feira (26). De acordo com o Instituto de Pesquisas Cananéia (Ipec), os animais têm encalhado em estado cada vez mais deteriorado, o que dificulta a identificação da causa das mortes.
O monitoramento começou no dia 15 de agosto, após um encalhe em massa de pinguins em avançado estado de decomposição nas praias de Iguape, Cananéia e Ilha Comprida. Durante a última semana, mais de 100 aves encalharam por dia. Apenas uma delas foi encontrada com vida e segue em tratamento.
Desde o domingo (24), a maioria dos animais passou a ser classificada no código 5 — carcaça mumificada ou restos de esqueleto. Nesses casos, não é possível realizar necrópsias. Ainda segundo o Ipec, os exames detalhados, como a análise histopatológica e do conteúdo gastrointestinal, são realizados apenas em uma amostragem de indivíduos mais preservados.
As aves encontradas em melhores condições passam por exame biométrico e registro técnico, incluindo coleta de medidas, peso e local da localização. Animais debilitados ou com morte recente são levados à base do instituto para análise. Os dados obtidos são inseridos no Sistema de Informação de Monitoramento da Biota Aquática (Simba), da Petrobras, e ficam disponíveis para a comunidade científica.
O Ipec também informou que nenhum dos pinguins estava contaminado com óleo. A alta incidência de encalhes nesse período está relacionada à migração natural dos pinguins-de-magalhães, que saem da Patagônia argentina e nadam em direção ao norte, passando pelo Uruguai e chegando ao litoral sul e sudeste do Brasil.