No dia em que celebrou seu 34º aniversário de Independência, a Ucrânia lançou uma das maiores ofensivas aéreas contra a Rússia desde o início da guerra. No sábado (24), drones ucranianos atingiram alvos estratégicos em diferentes regiões, incluindo uma usina nuclear e um terminal de combustível, provocando incêndios e aumentando a tensão internacional.
Segundo autoridades russas, um dos drones atingiu um transformador auxiliar da usina nuclear de Kursk, reduzindo em 50% a capacidade operacional de um dos reatores. O incêndio foi controlado e não houve registro de aumento nos níveis de radiação, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Outro ataque provocou um grande incêndio no terminal de exportação de combustível de Ust-Luga, na região de São Petersburgo, operado pela Novatek, uma das maiores empresas de energia da Rússia. Imagens de satélite também confirmaram que drones ucranianos conseguiram alcançar um depósito de drones Shahed localizado a mais de 1.300 km dentro do território russo, na região do Tartaristão.
A defesa aérea russa afirmou ter interceptado cerca de 95 drones, enquanto Kiev relatou que 72 drones Shahed foram lançados em retaliação, dos quais 48 teriam sido abatidos.
O presidente Volodymyr Zelensky destacou, em pronunciamento no Dia da Independência, que a Ucrânia “não é uma vítima, mas uma lutadora”, reforçando o caráter simbólico da operação. No mesmo dia, Ucrânia e Rússia realizaram uma troca de 146 prisioneiros de cada lado, em meio às ofensivas.
Impacto nas negociações entre os líderes
A ofensiva acontece em meio a esforços de bastidores para viabilizar um encontro entre Zelensky e Vladimir Putin, visto como um passo crucial para discutir um eventual cessar-fogo. No entanto, segundo o analista Anatol Lieven, do Quincy Institute for Responsible Statecraft, ataques contra infraestruturas críticas podem dificultar o ambiente de confiança necessário para o diálogo.