COP30 tem apenas 47 países confirmados; ONU pressiona Brasil por subsídios em meio a críticas por hospedagem cara

COP30 tem apenas 47 países confirmados

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A menos de três meses do início da COP30, em Belém (PA), apenas 47 dos 196 países esperados confirmaram presença no evento, gerando preocupação internacional. O alto custo das hospedagens é o principal obstáculo para a participação de delegações, especialmente de países em desenvolvimento. A situação tem gerado impasses entre o Brasil e a Organização das Nações Unidas (ONU), que busca alternativas para garantir maior representatividade no encontro climático.

Do total de países confirmados, 39 conseguiram hospedagem por meio da plataforma oficial disponibilizada pelo governo brasileiro, enquanto outros oito fecharam acordos diretamente com hotéis. A maioria dos que já garantiram presença são nações em desenvolvimento, mas os nomes das delegações não foram divulgados até o momento.

Internamente, a ONU teria solicitado ao Brasil a concessão de subsídios para que países pobres consigam arcar com os custos de hospedagem. A proposta foi recusada pelo governo federal, que afirmou já estar assumindo altos gastos com a realização do evento. O orçamento atual fornecido pela ONU às delegações subsidiadas é de US$ 140 por dia, valor considerado insuficiente diante da realidade de preços em Belém, onde a diária mais barata oferecida pela plataforma oficial é de US$ 350.

A pressão da ONU se intensificou após o envio de uma carta ao governo brasileiro pedindo que fosse ofertado um subsídio adicional de US$ 100 por dia para nações com menor poder aquisitivo. Como alternativa, o Brasil sinalizou que buscará meios de viabilizar algum tipo de ajuda sem recorrer a recursos públicos, com a justificativa de que, em outras cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro, os custos seriam ainda maiores.

O número limitado de confirmações levou o governo a montar uma força-tarefa para entender as dificuldades enfrentadas pelas delegações e buscar soluções viáveis. Um grupo técnico será responsável por entrar em contato direto com os representantes internacionais.

O desafio logístico é agravado pelo fato de que a maior parte da hospedagem disponível em Belém pertence a residências particulares, fora da rede hoteleira tradicional. O governo tem buscado intervir de forma limitada, dentro dos parâmetros legais, para conter preços considerados abusivos. Propostas anteriores, como a assinatura de um termo de ajustamento de conduta com o setor hoteleiro, não avançaram conforme esperado.

Apesar dos entraves, o governo segue afirmando que há 33 mil quartos individuais disponíveis, número superior à demanda inicial da ONU, de 24 mil. O problema central, no entanto, permanece sendo o alto custo das hospedagens, que ameaça limitar a presença de países com menor capacidade econômica na conferência.

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