O programa ISFM News desta segunda-feira (18) abordou a soltura de Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e de Mario Otavio Gomes, diretor da Fast Shop, mediante o pagamento de uma fiança estipulada no valor de R$25 milhões.
Para o advogado Marcelo Marsaioli, a quantia estipulada é ínfima diante do esquema. “R$ 25 milhões pode parecer alto, mas perto de R$ 1 bilhão de propina não é nada. Acompanhar os noticiários mostra o quão grandioso é esse caso”.
Marsaioli destacou ainda a dimensão das investigações. “Ainda há mais quatro clientes na carteira dele, grandes corporações que podem estar envolvidas. Quando os indícios começam a vir à tona é porque a apuração já está avançada”.
O advogado ressaltou a importância do combate à corrupção. “O crime é gravíssimo dos dois lados: de quem usa o cargo público e de quem corrompe. Além de repassar o dinheiro, esse sistema alimenta uma prática nefasta no país”, disse.
Já a especialista em gestão Lara Mattos destacou a força empresarial de Sidney Oliveira. “Ele é um visionário, independentemente da questão. Não é a primeira vez que passa pela polícia, mas construiu o maior e-commerce de medicamentos do país”.
Lara lembrou que o setor farmacêutico é extremamente competitivo. “A margem de lucro com remédios é muito pequena, por isso farmácias oferecem outros produtos. O crescimento da expectativa de vida aumenta o consumo e aquece o mercado”.
A especialista explicou a estratégia da Ultrafarma. “De todas as farmácias do Brasil, as grandes redes ocupam apenas 10% do setor. Sidney usava um mecanismo que favorecia a Ultrafarma, conseguindo colocar preços que eram imbatíveis”, afirmou.
Apresentado por Paulo Schiff, o ISFM News vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 8h30, na rádio ISFM 100,7. O programa também pode ser acompanhado ao vivo ou sob demanda no canal oficial da emissora no YouTube.
A notícia
A Justiça de São Paulo determinou fiança de R$ 25 milhões para Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e Mario Otavio Gomes, diretor da Fast Shop. Ambos haviam sido presos na Operação Ícaro e foram soltos nesta sexta-feira (15), com prazo de cinco dias para pagamento.
O juiz destacou o alto poder econômico dos acusados, a gravidade dos fatos e o risco de prejuízo aos cofres públicos. Além da fiança, eles devem usar tornozeleira eletrônica e cumprir medidas cautelares como recolhimento domiciliar noturno.
Entre as restrições, estão comparecimento mensal em juízo, proibição de contato com investigados e testemunhas, entrega do passaporte, monitoração eletrônica e vedação a frequentar prédios ligados à Secretaria da Fazenda.
Segundo o MPSP, o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, que segue preso, teria recebido propinas para conceder benefícios fiscais a empresas. A Operação Ícaro, conduzida pelo GEDEC com apoio da PM, revelou esquema que favorecia grandes redes varejistas.