A diretora da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil do Brasil, Raquel Gallinati, comentou o caso que ganhou repercussão nacional após a publicação de um vídeo feito pelo influencer Felipe Bressanim Pereira, o Felca.
Para Gallinati, a gravação “escancarou um problema gravíssimo, que é a exposição em forma de exploração das crianças na internet”. Ela reforçou que não se trata de disputa política, mas de aplicar a lei já existente para punir o crime.
“A lógica é perversa”, disse. Criminosos exploram o algoritmo e investem em tráfego pago para impulsionar conteúdos ilegais, usando estratégias como o “Link na Bio” para levar usuários a páginas externas onde o abuso é comercializado.
Segundo Gallinati, não são casos isolados, mas redes criminosas organizadas que manipulam ferramentas para driblar a moderação das plataformas. Ela citou crimes como aliciamento, produção e armazenamento de material de abuso sexual infantil.
O alcance potencializado pelo algoritmo, segundo a diretora da Adepol, transforma o crime em produto massificado e lucrativo. “A indignação sozinha não resolve”, afirmou, defendendo que a punição seja ampla e atinja todos os envolvidos.
Para Gallinati, “a internet não é terra sem lei” e “quem lucra ou se beneficia com a exposição de crianças comete crime e a lei deve ser implacável”. Ela defendeu que a responsabilização também inclua financiadores, hospedadores e impulsionadores.
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