Governo define medidas contra tarifaço dos EUA; anúncio depende do Planalto

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Haddad afirma que ações para proteger exportadores afetados estão prontas; sobretaxa de 50% começa a valer nesta quarta-feira

Créditos:  Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou nesta quarta-feira (6) que as medidas de proteção aos setores afetados pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos serão finalizadas ainda hoje. A decisão sobre o momento do anúncio oficial caberá ao Palácio do Planalto.

A sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, determinada pelo presidente americano Donald Trump, entrou em vigor nesta quarta. A medida afeta cerca de 35,9% das exportações brasileiras aos EUA, segundo o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). Alguns setores conseguirão redirecionar a produção para outros mercados, mas isso pode demandar tempo e redução de preços.

De acordo com Haddad, o Ministério da Fazenda elaborou um plano que inclui ações específicas para cada empresa, com foco especial na proteção das pequenas exportadoras. “Vamos ter o plano muito detalhado para começar a atender, sobretudo, aqueles que são pequenos e não têm alternativas à exportação para os EUA, que é a preocupação maior do presidente: o pequeno produtor”, afirmou.

Entre as medidas previstas estão linhas de crédito com juros subsidiados. O plano também poderá incluir uma proposta de proteção ao emprego, semelhante à adotada durante a pandemia da Covid-19, embora Haddad não tenha confirmado essa possibilidade.

As medidas serão encaminhadas ao Planalto ainda nesta quarta-feira e devem ser implementadas por meio de uma Medida Provisória (MP). O objetivo, segundo o ministro, é reabrir negociações e buscar a normalização das relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.

Apesar da tarifa de 50%, a lista de exceções inclui suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes e produtos energéticos.

A decisão dos EUA foi formalizada em um decreto presidencial que acusa o Brasil de representar uma “ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”. A ordem executiva também cita prejuízos a empresas e à liberdade de expressão no país.

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