Imagens das câmeras corporais revelam pedido de clemência de vítima e sequência de tiros; caso teve inquérito arquivado pelo Ministério Público

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Imagens registradas pelas câmeras corporais de policiais militares revelaram detalhes da ação que resultou na morte de cinco jovens, incluindo dois adolescentes, no bairro Jardim Rio Branco, em São Vicente, durante a Operação Verão, realizada no ano passado. A operação, considerada a mais letal do estado de São Paulo desde o massacre do Carandiru, em 1992, terminou com 56 mortes no total.
O registro mostra barulho de diversos disparos, gritos de fuga e, em seguida, um dos jovens pedindo calma e afirmando estar desarmado. Segundo a Polícia Militar, os agentes do 2º Batalhão de Ações Especiais da Polícia (Baep) foram recebidos a tiros ao chegarem a um ponto de tráfico em área de mata e mangue, na comunidade da Fazendinha.
Na ocasião, os dois adolescentes mortos tinham 17 anos. Entre os adultos estavam Luiz Henrique Jurovitz Alves de Lima, de 18 anos, Peterson Souza da Silva Xavier Nogueira, de 32, e Pedro Rosa dos Reis Junior, de 24. Luiz Henrique era irmão de um dos adolescentes mortos. Nenhum policial se feriu durante a ação.
Quatro dos jovens morreram logo após serem encaminhados a unidades de saúde. Pedro chegou a ser hospitalizado sob escolta policial e autuado por resistência, porte de arma e tráfico de drogas, mas faleceu horas depois. Um sexto homem, de 28 anos, foi encontrado e detido nas imediações, alegando ser dependente químico.
O Ministério Público decidiu manter arquivados os 11 inquéritos abertos para investigar a conduta dos policiais nas operações Verão e Escudo, realizadas na Baixada Santista. A decisão foi baseada na ausência de provas contra os agentes envolvidos nas mortes.
A Operação Verão foi encerrada em 1º de março do ano passado, dias após a morte da cabeleireira Edneia Fernandes Silva, atingida por bala perdida no bairro Bom Retiro, em Santos. O início da operação foi motivado pela morte de dois soldados da Rota, baleados em Guarujá e Santos.