Presidente dos EUA vincula medida econômica ao julgamento de Bolsonaro e pressiona governo brasileiro com carta direta e críticas públicas

Créditos: Kevin Dietsch/Getty Images
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (11) que pretende conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “em algum momento”, mas que não vê essa conversa como prioridade agora. A declaração foi dada durante conversa com repórteres a caminho do Texas, dias após o anúncio de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA, medida que entrará em vigor no dia 1º de agosto.
Na mesma fala, Trump reforçou apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmando que ele está sendo tratado de forma “muito injusta” pela Justiça brasileira. “Ele era um negociador muito difícil, mas muito honesto. Eu conheço os honestos e conheço os corruptos”, declarou o republicano.
A nova taxação torna o Brasil o país mais impactado entre os 22 atingidos pelas medidas comerciais anunciadas por Trump. A tarifa de 50% será cobrada independentemente das taxas já aplicadas sobre setores específicos como aço, alumínio e cobre — que também foram alvo de aumentos neste mês.
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O anúncio da nova tarifa veio acompanhado de uma carta assinada por Trump e divulgada nas redes sociais. No texto, o presidente norte-americano relaciona diretamente a decisão ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.
“A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro é uma vergonha internacional. Esse julgamento não deveria estar ocorrendo. É uma Caça às Bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!”, escreveu Trump. Ele ainda acusou o governo brasileiro de atacar a liberdade de expressão de americanos e de comprometer eleições livres.
Em resposta, Lula afirmou que o Brasil é uma nação soberana e que não aceitará ser tutelado. “Esse é um processo de competência exclusiva da Justiça brasileira”, declarou o presidente. Em entrevista ao Jornal Nacional, Lula reforçou que está disposto a negociar com os EUA, mas exigiu respeito mútuo. “Se não houver acordo, podemos responder com tarifas iguais”, advertiu.
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