Aquisição de US$ 14,9 bilhões inclui “golden share” que concede ao governo dos EUA poder de veto

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A japonesa Nippon Steel finalizou, nesta quarta-feira (18), a aquisição de 100% das ações da siderúrgica norte-americana US Steel por US$ 14,9 bilhões, equivalente a cerca de US$ 55 por ação, encerrando um processo de negociação de 18 meses.
A operação foi possível após um acordo de segurança nacional intermediado pelo governo do presidente Donald Trump, que inicialmente se opôs à venda, junto à imposição de uma “golden share” — ação especial que confere ao governo dos EUA poder de veto em decisões estratégicas, como fechamento de fábricas, cortes de capacidade produtiva, relocação de unidades e alterações na diretoria.
Além disso, o contrato prevê investimento de US$ 11 bilhões até 2028 na modernização e expansão das operações da US Steel em solo americano, com compromisso de manter a sede da empresa em Pittsburgh e assegurar presença de executivos e conselheiros norte-americanos.
Essa medida reflete a preocupação de Trump com a soberania industrial dos EUA, incluindo tarifas de proteção de até 50% sobre o aço importado. O acordo também recebeu o apoio de sindicatos e legisladores, desde que preservasse os empregos locais, o que moldou o formato final da negociação. Estima-se a criação ou manutenção de até 100 mil empregos diretos e indiretos nos EUA.
A transação faz com que a Nippon Steel se torne a segunda maior produtora de aço do mundo, com capacidade anual combinada estimada em 86 milhões de toneladas, posicionando-se como rival forte frente à concorrência chinesa.
Contexto político e econômico
- O ex-presidente Joe Biden, que vetou inicialmente o acordo por preocupações de segurança nacional, foi substituído na análise por Trump, que reverteu a decisão.
- A inclusão da “golden share” e o compromisso de investimento foram cruciais para convencer legisladores e sindicatos, especialmente da Pensilvânia, estado decisivo eleitoralmente .
Próximos passos
A Nippon Steel deve iniciar imediatamente os planos de investimento alinhados no acordo, mantendo a liderança norte-americana na US Steel e assentando bases para fortalecer sua presença global. A operação inclui cláusulas de monitoramento governamental sobre decisões estratégicas nos EUA.