Recursos foram empenhados após encontro entre Lula, ministros e presidente da Câmara para destravar repasses a parlamentares

Reproduçãp/Agência Brasil
Após pressão de parlamentares insatisfeitos com o ritmo de pagamentos, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acelerou a liberação de emendas individuais. Desde sábado (14), após reunião entre Lula, o presidente da Câmara Hugo Motta (Republicanos‑PB), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e outros ministros, foram empenhados R$ 516,3 milhões em emendas, elevando o total para R$ 667,4 milhões nesta quarta-feira (18).
Antes do encontro, as emendas empenhadas somavam apenas R$ 151,1 milhões. Com a decisão, a maior parte do recurso foi destinada ao Ministério da Saúde (R$ 535 milhões) e o restante, principalmente, ao Ministério da Agricultura e Pecuária (R$ 53 milhões).
A mobilização ocorreu após cobrança direta de Motta à ministra Gleisi Hoffmann. Nesta segunda-feira, Gleisi destacou que as prioridades das pastas estavam sendo ajustadas e um “mutirão” dos ministérios foi convocado para viabilizar a liberação.
Parlamentares atribuem a demora no repasse das emendas individuais ao atraso na aprovação do Orçamento 2025 e à adoção de novas regras definidas pelo Supremo Tribunal Federal para controle dos recursos. O atraso prejudicava diversos municípios, segundo relato de congressistas.
A antecipação dos recursos busca amenizar o desgaste entre Executivo e Legislativo. Apesar de emendas individuais serem impositivas, o governo retinha o ritmo do repasse como estratégia de negociação politicamente sensível, principalmente em meio ao desgaste recente relacionado ao pacote do IOF.
O Congresso também aprovou projeto que permite o uso de emendas de bancada e comissão para custear salários de profissionais de saúde, medida adicional para aliviar a pressão no setor.