Levantamento internacional aponta que avanços no diagnóstico e tratamento ampliam sobrevida, mas reforça urgência de políticas públicas, especialmente em países mais pobres

Créditos: Divulgação: Waterloo University
Um estudo global liderado pela Universidade de Waterloo, no Canadá, aponta que pessoas com demência estão vivendo por mais tempo. A pesquisa analisou dados hospitalares de aproximadamente 1,2 milhão de pacientes com mais de 60 anos entre os anos de 2000 e 2018, abrangendo oito regiões do mundo. O aumento da longevidade é atribuído à prevenção mais eficaz, diagnósticos precoces e tratamentos com qualidade superior, como o uso de medicamentos modernos e intervenções psicossociais.
Entre as áreas analisadas estão províncias e países com sistemas de saúde variados, como Ontário (Canadá), Reino Unido, Coreia do Sul, Taiwan, Hong Kong, Finlândia, Alemanha e Nova Zelândia. Apenas este último apresentou um cenário desfavorável, com aumento no risco de mortalidade em anos recentes. Isso foi relacionado a uma mudança nos protocolos de atendimento, que passaram a delegar os casos leves e moderados aos serviços de atenção primária, deixando os mais graves para os hospitais — o que resultou em internações tardias e maior mortalidade.
A pesquisa destaca a importância de compreender como diferentes sistemas de saúde influenciam a sobrevida das pessoas com demência. A análise comparativa internacional pode orientar governos na formulação de políticas públicas mais eficazes, garantindo cuidados adequados e suporte às famílias.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 55 milhões de pessoas vivem com demência no mundo atualmente. A projeção é que esse número triplique até 2050, com o maior crescimento em países de baixa e média renda — justamente os que mais enfrentam dificuldades na implementação de políticas de prevenção e cuidados contínuos.
Fatores como sedentarismo, tabagismo, hipertensão, isolamento social e baixa escolaridade continuam sendo barreiras significativas, especialmente em países como o Brasil. A criação de redes estruturadas de apoio a pacientes e cuidadores se torna, portanto, um desafio urgente para os sistemas públicos de saúde.
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