O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou neste domingo (19) que vai impor tarifas aduaneiras à Colômbia, após ordenar a suspensão da ajuda financeira ao país. A decisão eleva a tensão diplomática entre os dois países, historicamente aliados, e vem acompanhada de duras acusações contra o presidente colombiano Gustavo Petro, a quem Trump classificou como “líder do narcotráfico”.

A confirmação das tarifas foi feita pelo próprio Trump a bordo do Air Force One, quando endossou declarações do senador republicano Lindsey Graham sobre medidas econômicas contra Bogotá. “Li a declaração do senador Graham e ela está correta”, afirmou o presidente norte-americano.

A escalada diplomática ocorre em meio a uma ofensiva dos EUA no Mar do Caribe. O chefe do Pentágono, Pete Hegseth, anunciou um novo ataque contra uma embarcação que, segundo os EUA, transportava drogas para o grupo guerrilheiro colombiano ELN. O bombardeio matou três rebeldes, elevando para 27 o número de mortos nas ações recentes contra supostos alvos do narcotráfico.

O presidente Petro reagiu com críticas à política norte-americana de combate às drogas. Em publicação na rede social X, afirmou que “a guerra contra as drogas é uma estratégia fracassada que deixou um milhão de mortos na América Latina e é apenas uma desculpa para controlar o continente”. Também denunciou os ataques como violações à soberania da Colômbia.

Washington, por sua vez, defende a legalidade das ações navais e afirma que os navios atacados operavam em águas internacionais. Desde agosto, ao menos sete embarcações foram bombardeadas por forças dos EUA na região do Caribe.

A decisão de cortar a ajuda financeira e impor tarifas representa um novo capítulo na deterioração das relações bilaterais desde a chegada de Trump à Casa Branca e de Petro ao poder — este, o primeiro presidente de esquerda da história da Colômbia.